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Japão eleva gravidade de crise nuclear para nível máximo

Japão eleva gravidade de crise nuclear para nível máximo

O governo do Japão elevou na terça-feira o nível de gravidade de sua crise nuclear de 5 para o máximo de 7, igualando-se ao desastre de Chernobyl, depois que outro grande tremor atingiu o já devastado leste do país.

Os engenheiros não estavam perto de restabelecer os sistemas de refrigeração dos reatores da usina de Fukushima, fundamentais para reduzir a temperatura das superaquecidas barras de combustível nuclear. É um sinal de que a batalha para conter os estragos causados pelo recente terremoto seguido de tsunami estava longe de terminar, embora o incêndio da terça-feira nas instalações da usina parecia ter sido extinto.

“Esta é uma avaliação preliminar e está sujeita à finalização da Agência Internacional de Energia Atômica”, disse um funcionário da Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão (Nisa), entidade nuclear do governo que fez o anúncio junto à Comissão de Segurança Nuclear.

A Escala Internacional de Eventos Nucleares, publicada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), classifica os acidentes nucleares por gravidade, do nível 1 ao máximo de 7.

A empresa que administra a usina, que fica 240 quilômetros ao norte de Tóquio, afirmou que seus funcionários conseguiram controlar o fogo perto do reator nuclear número 4. Ainda não se sabia a gravidade do incêndio. “As chamas e a fumaça não são mais visíveis, mas estamos esperando mais detalhes sobre se o incêndio foi extinto completamente”, afirmou um porta-voz da Tokyo Electric Power (Tepco).

As notícias do incêndio chegaram minutos depois de um terremoto de magnitude 6,3 atingir o litoral da localidade de Chiba, 77 quilômetros a noroeste de Tóquio, na terça-feira. A agência de notícias Kyodo disse que o aeroporto internacional de Narita fechou brevemente suas pistas, mas retomou os voos em seguida após inspeções na infraestrutura.

Um outro tremor de magnitude 6,6 atingiu a região de Fukushima na noite de segunda-feira, interrompendo temporariamente o fornecimento de energia elétrica e forçando os funcionários a se retirar da usina nuclear. A Nisa informou que o tremor de segunda-feira, que matou um homem e deixou 220 mil pessoas sem eletricidade, não danificou as instalações da usina. Centenas de réplicas têm sido registradas desde 11 de março, quando um terremoto de magnitude 9,0 e um tsunami de 15 metros devastaram o nordeste do Japão, mergulhando o país em sua pior crise desde a Segunda Guerra Mundial.

Aproximadamente 28 mil japoneses estão mortos ou desaparecidos e a terceira maior economia do mundo está sofrendo com apagões, fechamento de fábricas e cortes nas linhas de abastecimento. Estima-se que o desastre custará 300 bilhões de dólares ao Japão. Devido à contaminação radioativa acumulada, o governo está incentivando as pessoas a deixar certas áreas além da zona de exclusão de 20 quilômetros ao redor da usina. Milhares de japoneses podem ser afetados pela medida.

O presidente da Tepco, Masataka Shimizu, visitou a área na segunda-feira pela primeira vez desde o desastre. Na ocasião do terremoto, ele apenas fez um breve pedido de desculpas. “Gostaria de me desculpar profundamente novamente por causar sofrimento físico e psicológico para as pessoas da província de Fukushima e perto da usina nuclear”, disse um sério Shimizu.

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