Israel lançou, na madrugada deste Domingo (5), o seu segundo ataque aéreo dos últimos dias contra a Síria, segundo uma fonte de um serviço de inteligência ocidental, uma acção que abalou a capital, Damasco, com uma série de explosões e fez emergir colunas de fumaça no céu quando ainda estava escuro na cidade.
O governo israelita não quis comentar a operação, mas a Síria acusou o Estado judaico de atacar uma instalação militar no norte da capital, uma que já havia sido alvo de bombardeio de jactos de Israel três meses atrás.
O Irão, importante aliado do presidente sírio, Bashar al-Assad e arqui-inimigo de Israel, conclamou os Estados da região a resistir à investida israelita. Moradores das imediações da base de Jamraya disseram que houve várias explosões em diversos lugares perto de Damasco, incluindo uma numa localidade onde se hospedam altos oficiais.
“A noite virou dia”, declarou um homem. A fonte do serviço ocidental de inteligência disse à Reuters que a operação atingiu mísseis iranianos a caminho do grupo libanês Hezbollah, que também tinham sido alvo dos outros dois ataques israelitas este ano. Na época, os Estados Unidos, aliados de Israel, consideraram a acção militar justificável.
“No ataque a noite passada, como também no anterior, o alvo eram cargas de mísseis Fateh-110 que estavam em trânsito do Irão para o Hezbollah”, afirmou a fonte. Uma autoridade israelita tinha confirmado a realização de uma operação similar realizada na Sexta-feira.
No Líbano, o Hezbollah não quis fazer comentários de imediato. Imagens de vídeo postadas por activistas na internet mostram uma série de explosões. Uma delas ilumina o céu de Damasco enquanto outra lança uma coluna de fogo e desencadeia explosões menores.
A mídia estatal da Síria afirmou que o ataque de Israel foi uma resposta aos recentes sucessos das forças de Assad contra os rebeldes que, com o apoio de países ocidentais, vêm tentando há dois anos derrubar o presidente sírio.
Desde que travaram uma guerra há 40 anos, quando a Síria era governada pelo pai de Assad, a fronteira entre os dois países continua relativamente calma, mas Israel combateu o Hezbollah em 2006 e está a ameaçar atacar o Irão, o qual acusa de tentar desenvolver armas nucleares.
O governo israelita continua cauteloso em relação à instabilidade na Síria, considera há tempos o Hezbollah como uma ameaça mais imediata e demonstra pouco entusiasmo pela defesa de americanos e europeus da derrubada de Assad.
O ataque israelita ocorre em meio a intenso debate nos EUA sobre se o uso de armas químicas por tropas sírias pode levar o presidente Barack Obama a intervir com mais força no lado rebelde.
No entanto, as potências ocidentais continuam preocupadas com a presença de combatentes islâmicos anti-ocidentais entre os oponentes de Assad. Não ficou claro se Israel procurou a aprovação dos EUA para a acção na Síria.
Anteriormente, as autoridades israelitas haviam indicado que consideravam necessário apenas informar o governo norte-americano depois que o ataque estivesse pronto para ser lançado.