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Irmandade Muçulmana diz liderar apuração no Egito

O partido da Irmandade Muçulmana disse esta quarta-feira estar a liderar a apuração na etapa inicial da primeira eleição parlamentar no Egito desde a queda de Hosni Mubarak. Nenhum resultado oficial foi divulgado até agora.

O Partido da Liberdade e Justiça (PLJ), ligado ao grupo islamista, disse que as primeiras indicações mostram sua liderança na disputa de vagas distribuídas tanto por lista partidária quanto em votações individuais. Na disputa por listas, o PLJ é seguido pelo religioso Partido Salafista Al Nour e pelo liberal Bloco Egípcio, segundo nota divulgada pelo PLJ. Dois terços das vagas na Câmara serão distribuídas entre os partidos, e um terço será definido em disputas distritais. Uma fonte do PLJ disse, pedindo anonimato, que a coalizão liderada pelo PLJ recebeu até agora cerca de 40 por cento dos votos entre todas as listas partidárias.

Este resultado, se confirmado e repetido em todo o país nas próximas etapas da eleição, que vai até janeiro, dará uma bancada poderosa ao mais antigo e bem organizado grupo islâmico do Egito, talvez permitindo que dispute o poder com os militares, que hoje dominam o governo.

A junta militar que substituiu Mubarak depois da rebelião popular de fevereiro disse que o novo Parlamento não terá poderes para dissolver o atual gabinete e formar um novo. Mas um líder do PLJ afirmou na terça-feira que quem tiver maioria no próximo Parlamento deveria formar o governo. “Um governo que não seja baseado numa maioria parlamentar não pode conduzir seu trabalho na prática”, disse o dirigente partidário Mohamed Mursi a jornalistas no bairro proletário de Shubra, no Cairo, acrescentando que o ideal seria um governo de coligação.

A votação de segunda e terça-feira, a primeira de três rodadas, transcorreu geralmente em clima pacífico, mas na terça-feira houve violência na praça Tahrir, principal reduto dos protestos no Cairo, e quase 80 pessoas ficaram feridas. Os resultados iniciais da votação devem começar a ser divulgados nesta quarta-feira. Essa é considerada a primeira eleição livre no Egito desde que militares derrubaram a monarquia, em 1953.

A afluência às urnas foi elevada, e poucas infrações às regras eleitorais foram registradas. Embora a Irmandade não tenha iniciado a revolução que acabou com os 30 anos de governo de Mubarak, ela está entre os seus maiores beneficiários. Proscrita por Mubarak e seus antecessores, a organização agora está mais próxima do poder político. No Marrocos e na Tunísia, partidos islamistas também venceram eleições parlamentares nos últimos dois meses.

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