A jornalista americana Roxana Saberi foi libertada nesta segunda-feira em Teerão após a redução para dois anos com sursis de sua pena de oito anos de prisão por espionagem para os Estados Unidos. “Estou bem, não quero dar declarações, mas estou bem”, disse Saberi à AFP ao deixar a prisão de Evine, antes de deixar o local de carro na companhia de seu pai Reza Saberi.
“A sua pena foi reduzida para dois anos com sursis”, disse à AFP seu advogado Salahe Nikbakht, enquanto que seu segundo advogado, Abdolsamad Khoramshahi, explicou que “depende dela a decisão de deixar o país ou não”.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, se disse “muito estimulada” por essa libertação saudada também pelas organizações não-governamentais Repórteres sem Fronteiras e Anistia Internacional para a qual Saberi “jamais deveria ter sido presa”. “Esta é uma excelente notícia. Essa decisão pode gerar jurisprudência para outros jornalistas detidos no Irã”, considerou a RSF.
Citado pelo site da TV estatal, o porta-voz da Justiça, Ali Reza Khamshidi, disse que Saberi havia sido libertada, mas estava proibida de trabalhar como jornalista. A jornalista havia sido condenada no dia 13 de abril pelo tribunal revolucionário a oito anos de prisão por espionagem para os Estados Unidos, ao término de um processo a portas fechadas.
Esse veredicto foi condenado no mundo e suscitou um apelo do presidente americano Barack Obama pela sua libertação. O julgamento da apelação foi realizado no domingo. No mesmo dia, Khoramshahi declarou que sua cliente havia sido condenada em primeira instância por “cooperação com um Estado hostil”. Mas “o veredicto do primeiro tribunal foi anulado com o argumento de que os Estados Unidos não são um Estado hostil em relação ao Irão”, explicou Nikbakht.
Presa no final de janeiro em Teerão, a jornalista havia iniciado uma greve de fome no dia 21 de abril para protestar contra a sua condenação. Ela interrompeu o protesto duas semanas mais tarde. A jornalista, 32 anos, nasceu e foi criada nos Estados Unidos. De nacionalidade americana, ela também tem cidadania iraniana por seu pai, que emigrou para os Estados Unidos.