Os fluxos do investimento directo privado do Banco Mundial aumentaram em 78 biliões de dólares norte-americano, “valor que aumentou quase nove vezes”, segundo a vice-presidente daquela instituição para África, Obiagell K. Ezekwesli.
Ezekwesli indicou que o fluxo passou de 10 mil milhões, em 2000, para 88 biliões de dólares em 2008, estimando- se que os investimentos directos estrangeiros no continente possam atingir USD 150 mil milhões em 2015.
Ezekwesili falava recentemente durante um encontro com investidores e embaixadores africanos acreditados nos Estados Unidos da América, enfatizando que, “numa altura de grande convulsão económica global, África deve preparar-se para vir a ser um dos pólos universais de crescimento mais importante num mundo multipolar”.
Ela reconheceu, por outro lado, que África recuperou da crise financeira e económica global, tendo registado um crescimento do PIB de 4,5% em 2010, prevendo-se que o PIB do continente atinja 5,1% e 5,8% em 2011 e 2012, respectivamente.
Ezekwesili regozijou-se com o facto de os investidores estarem agora concentrados em África, incentivando-os a ignorar os estereótipos relatados pela comunicação social e filmes, que continuam a pintar o continente como uma região de miséria, doença e guerra.
Maputo
A vice-presidente do BIRD para África não deixou de emitir a sua opinião pessoal sobre África, dizendo: “Se bem que África esteja, na realidade, aberta a negócios, a verdade é que não está aberta a qualquer tipo de negócio”, explicando que o continente só pode comportar investimentos responsáveis.
“Os governos africanos, incluindo alguns dos diplomatas aqui presentes, que podem ser os melhores vendedores de África, precisam de fazer a parte deles”, disse Ezekwesili, citando a necessidade de os governos africanos honrarem o compromisso feito em Maputo, em 2002, de dedicarem à agricultura pelo menos 12% dos seus orçamentos nacionais.