O menino Búfalo Dias, 14 anos de idade, aproveitou-se da presença da Primeira- Dama da República, Maria da Luz Guebuza, em Inhamitanga, província de Sofala, Centro de Moçambique, para pedir uma escola de construção convencional.
Búfalo vive e estuda no Posto Administrativo de Inhamitanga, distrito de Cheringoma, um dos pontos visitados pela esposa do Presidente moçambicano no quadro da sua visita de cinco dias a província de Sofala, tendo orientado um encontro com a população local na tarde deste Domingo.
O rapaz pediu palavra e quando chegou a sua hora de falar (foi o primeiro), pegou no microfone disse “aqui queremos uma escola, escola de chapa e bombas de água só”, agradeceu a oportunidade e mergulhou-se nas centenas de pessoas presentes no encontro. A AIM procurou pelo rapaz e conversou com ele. Búfalo, irmão mais velho de outros 14 filhos, frequenta a quarta classe na Escola Primária Denangue e diz que este ano vai transitar com sucesso para a quinta classe.
“Quero escola de chapa porque na minha escola, quando chove, não estudamos e todos os livros ficam molhados”, contou ele, apontando um exemplo do género que aconteceu na semana passada. “Na semana passada choveu e os meus livros ficaram molhados. Depois coloquei-os ao sol e secaram, mas não estão bonitos agora”. Certamente que essa reclamação não é apenas do menino Búfalo, uma vez que das 11 escolas primárias existentes naquele posto administrativo, apenas quatro são de construção convencional, as outras sete foram construídas com base no material precário, segundo disse o chefe do posto, Abílio Jorge, em entrevista a AIM.
A situação de qualidade de infraestruturas escolares é mais promissora e um pouco mais atraente na vila sede do distrito, Inhaminga, por ser o local onde estão concentradas as escolas de melhor qualidade. Segundo o administrador do distrito, Ricardo Guilade, Cheringoma conta com um total de 41 estabelecimentos de ensino (sendo 39 do nível primário, uma de ensino secundário e um centro de formação de professores), estando na sua maioria concentrados em Inhaminga. “Cerca de 70 por cento desses estabelecimentos de ensino são de alvenaria e as outras são de material local”, disse Guilade, falando à AIM.
Nestas 41 escolas, estuda um total de 12 mil alunos, 600 do ensino secundário, 650 do centro de formação de professores e o grosso remanescente nas escolas primárias. “Vamos ver como solucionar a preocupação do menino búfalo”- Primeira-Dama Reagindo as diversas preocupações colocadas pelos intervenientes no encontro, Maria da Luz Guebuza prometeu ao menino Búfalo que a sua preocupação será objecto de análise do seu gabinete em parceria com os governos provincial (de Sofala) e distrital. “Na nossa intervenção, dissemos que as crianças são a nossa prioridade”, disse a Primeira-Dama da República, acrescentando que “por isso vamos fazer esforços com vista a respondermos a solicitação do nosso filho Búfalo”.
Entretanto, o governo distrital promete que até ao fim deste ano seis novas salas de aulas a serem construídas com material convencional estarão prontas, já que obras nesse sentido já estão em curso no âmbito do programa de construção acelerada de salas de aulas. Mas nenhuma destas salas de “chapa” será para o Búfalo, porque não estão a ser construídas na escola dele.
O Governo de Cheringoma diz estar a fazer os seus esforços no sentido de construir mais salas de aulas no distrito, mas a velocidade deste sonho depende de fundos desembolsados pelo Governo provincial. Os fundos do ano passado, por exemplo, permitiram a construção de 10 novas salas de aulas.