Trabalhadores da empresa de segurança privada “Siner Segurança”, na província de Inhambane, no sul de Moçambique, estão em greve por tempo indeterminado reivindicando sete meses de salários em atraso e melhoria de condições de trabalho.
Os grevistas abandonaram, Segunda-feira (17), os seus postos de trabalho e amotinaram-se na Praça dos Trabalhadores, próximo da empresa Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), na cidade de Inhambane ostentando dísticos com mensagens de repúdio.
O jornal “Diário de Moçambique” escreve que além da falta de pagamento de salários os grevistas exigem o pagamento de subsídio por trabalho extraordinário, equipamento de trabalho, tais como botas, casacos de frio e capas de chuvas, alegando que muitos deles trabalham em condições desumanas.
Os trabalhadores dizem ainda que, das poucas vezes que os salários são pagos, nem todos trabalhadores recebem, havendo entre cinco a dez que são deixados à sua sorte.
Reginaldo Amaral, secretário do Comité Sindical, disse que os trabalhadores estão agastados com a direcção da empresa, pois não há aumento salarial desde 2004 e que a tabela de remunerações é única, fixada 2.510 meticais mensais (cerca de 85 dólares ao câmbio corrente).
Segunda-feira, a Direcção Provincial do Trabalho de Inhambane, os representantes da empresa e o comité sindical estiveram reunidos, não tendo sido possível encontrar uma solução definitiva, uma vez que o patronato comprometeu-se a pagar apenas um mês dos salários em dívida.
“Nós só podemos voltar a trabalhar se pagarem todo o dinheiro em dívida. Eles estão a dever cerca de 17.500 meticais por trabalhador e não queremos mais aceitar que nos paguem uma parte”, disse Reginaldo Amaral.
Os grevistas disseram igualmente que na reunião de concertação, a Siner Segurança comprometeu-se a saldar as suas contas até 26 de Dezembro, facto que levou a Direcção do Trabalho a pedir paciência aos manifestantes.
Assim, caso a situação prevaleça até finais deste mês o caso será encaminhado ao tribunal. Esta é a segunda vez que aquele grupo de trabalhadores protesta publicamente contra o pagamento tardio de seus ordenados mensais. A primeira ocorreu em Maio do corrente ano, quando o patronato estava a dever cinco meses de salários.