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Lançadas obras inéditas de José Craveirinha

O Fundo do Desenvolvimento Artístico e Cultural (FUNDAC) lançou, Segunda-feira (17), em Maputo, duas obras inéditas do poeta-mor moçambicano, José Craveirinha, intituladas “Vila Borghesi e Outros Poemas e “Tâmaras Azedas de Beirute”.

A cerimónia do lançamento contou com a presença do Presidente da República, Armando Emílio Guebuza e a Presidente do Conselho de Administração (PCA) do FUNDAC, Maria Ângela Kane.

As obras chanceladas resultam do esforço abnegado pela família Craveirinha em procurar os escritos do poeta não publicados e torná-los públicos. Craveirinha morreu a 6 de Fevereiro de 2003.

É considerado o maior poeta de Moçambique e em 1991 tornou-se o primeiro autor africano galardoado com o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa.

Falando durante o evento, o Chefe de Estado disse que o lançamento das obras de Craveirinha demonstra, de forma inequívoca, que ele é um poeta prolífero, cuja obra transcende o seu próprio ciclo de vida não só pelo conteúdo transversal e multidisciplinar dos seus escritos.

“Isso é resultado do fôlego criador a que o poeta nos habituou desde o início da sua careira no histórico jornal O Brado Africano,” disse.

Segundo Guebuza, a carreira do poeta resultou num extenso acervo que enriquece a história do país e género literário, sobre o qual escolas e universidades se debruçam, no país e no estrangeiro.

O estadista explicou que Craveirinha fez da literatura e da sua poesia de intervenção política, social e cultural uma importante arma de luta contra a dominação e opressão e um poderoso instrumento de afirmação da moçambicanidade e de libertação.

“Por isso, tal como muitos outros nacionalistas do seu tempo sofreu as sevícias da sanguinária e tenebrosa polícia política portuguesa, a PIDE. Foi neste contexto que José Craveirinha foi encarcerado por quatro anos, de 1965 a 1969, acusado de fazer parte do grupo dos nacionalistas moçambicanos que, de várias formas lutava, pela libertação da terra e dos homens,” disse.

“Num depoimento autobiográfico de 1977, José Craveirinha, deixou registado que nasceu pela primeira vez a 28 de Maio de 1922, que nasceu pela segunda vez quando lhe fizeram descobrir que era mulato, que nasceu uma vez mais no “O Brado Africano”, e que foi nascendo à medida das circunstancias impostas pelos outros”, acrescentou. Por seu turno a PCA do FUNDAC, Maria Ângela Kane, disse acreditar que a obra de José Craveirinha é universal.

“A obra de Craveirinha enquadra-se no tempo sem balizas e no mundo sem limites, levando-nos a percorrer com os nosso tempo sem balizas e no mundo sem limites, levando-nos a percorrer com os nossos sentidos e sentimentos as diferentes etapas da nossa maneira de ser e de estar como moçambicanos,” explicou.

Para o escritor moçambicano, Juvenal Bucuana, o lançamento de livros em Moçambique é sempre um contributo para a cultura e literatura moçambicana.

“O lançamento de obras de um escritor como Craveirinha têm um particular e grande contributo para a nossa cultura. Essas são obras inéditas que ele escreveu em vida e os filhos procuraram no seu espólio para publicar,” disse.

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