Até parece uma afronta com as autoridades. É que antes de passarem vinte e quatro horas, depois da destruição das suas bancas por parte do Concelho Municipal de Quelimane, alegando que a venda nas ruas viola a postura municipal, os vendedores voltaram a reerguer as suas bancas nos mesmos locais onde a edilidade havia lhes proibido.
O comércio voltou ao seu normal e nada de pior aconteceu. Até domingo, hora de fecho desta edição, visitamos o local onde havia sido instalada a crise entre a edilidade e os vendedores, na manhã de quinta-feira última, constatamos que as bancas ou tenda ou se vendem artigos de vestuários, voltaram a estar repletos de gentes que procurava alguma coisa.
Grande enfoque vai para roupa infantil, olhando que comemorase a 1 de Junho próximo, portanto, terça-feira, o dia internacional da criança. Algumas pessoas, neste caso os clientes, disseram que não nada que os impeça que comprem roupa naquele local. Outros disseram ainda que o local onde a edilidade quer que se vá, fica distante das suas residências. “Este mercado está próximo das nossas casas, por isso, fizemos as nossas compras aqui”-afirmaram os clientes que encontramos no chamado “mercado inclina”.
Já os vendedores, dizem estarem a espera de uma reacção da edilidade, visto que a primeira operação tinha sido feita anoite, dai que a qualquer hora, segundo eles, a edilidade poderá retornar a destruir as suas tendas. Mas mesmo assim, a convicção no seio daqueles vendedores não falta.
Eles afirmaram que não vão desistir e nem muito menos abandonarem o local para a Feira das Actividades Económicas (FAE), visto que maior parte daqueles vendedores do mercado do Aquima, epicentro da operação da última semana, são jovens daquele bairro.
Alias, um dado importante que apuramos é que alguns até, montaram as suas tendas nos quintais de familiares que ergueram suas casas nas bermas da estrada, dai que segundo eles, a edilidade está a violar porque as tendas estão sim nos quintais e não na estrada.
“NAO QUEREMOS POLICIAS AQUI”
Ainda está patente no seio dos vendedores a sua mágoa com a Polícia da República de Moçambique (PRM), que na óptica dos vendedores, só vem ameaçar e não conhece o problema real. “Não queremos polícia, mas queremos Pio Matos, porque foi ele que fez promessas aquando da campanha”-dizem eles. Mas como a presença do edil de Quelimane, não se faz sentir naquele local, os vendedores de rua, são unânimes ao afirmarem que “a forca não vamos sair, nós queremos diálogo, mas só com o presidente”-concluíram.
Quando quisemos saber o porquê desta procura de Pio Matos assim, aqueles vendedores informaram-nos que aquando da campanha eleitoral, o edil de Quelimane, passou por ali e prometeu deixar ou por outra não mexer naquela classe, e em troca disso eles deveria lhe votar. E agora votaram e ele ganhou, por isso, “queremos que seja o próprio a vir explicar-nos o porquê desta reviravolta”-remataram Um outro dado é que mesmo quando os vendedores estavam a reerguer as suas bancas, a polícia nem sequer pôs os pés, fez de contas que não houve nada.
Enfim, o comércio voltou ao seu normal, mas há uma certeza no seio dos vendedores de que há qualquer hora, a edilidade vira destruir novamente.