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Cidade e província de Maputo com 58% de abortos clandestinos em 2009

Sabido que a margem de erro tende a ser por defeito neste tipo de pesquisas, oficialmente crê-se que a cidade e província de Maputo registaram, em 2009, cerca de 58% dos abortos clandestinos, provocando uma média de um óbito em cada 30 mulheres envolvidas naquela prática fora das unidades sanitárias.

Os abortos são praticados pela “própria mulher”, segundo WLSA (Women and Law in Southern Africa Research and Education Trust), uma organização não governamental regional que se dedica à protecção dos direitos das mulheres da África Austral que acaba de realizar um estudo sobre a matéria.

A pesquisa refere que entre 500 a 1500 mortes por 100 mil nascimentos vivos são originadas, em Moçambique, por abortos inseguros, salientando que 31% dos abortos são efectuados em lugares não identificados e “apenas 11% é que são realizados nas unidades sanitárias”.

Os abortos institucionais ocorrem como resultado de “medidas excepcionais criadas pelo Governo autorizando a interrupção da gravidez indesejada causada pela falha de medidas contraceptivas”, realça a WLSA, reiterando que na cidade e província de Maputo a prática provoca um óbito em cada 30 mulheres submetidas.

Resultados de vários estudos realizados sobre a matéria indicam que “os custos daquelas práticas são 10 vezes mais elevados que os dos abortos realizados nas unidades sanitárias e assistidos por pessoal qualificado”. Os abortos institucionais custam o correspondente a USD12, contra o correspondente a USD18 de custo de um parto, segundo dados oficiais do Ministério da Saúde (MISAU).

“O aborto inseguro é um problema grave e constitui um caso de saúde pública em Moçambique, não só devido à morte materna, mas também pelas complicações imediatas que causam a médio e longo prazos”, refere a WLSA, sublinhando que a prática é provocada pela falta de informação na maioria das mulheres moçambicanas sobre acesso ao aborto seguro, medo de estigmatização e limitação da idade gestacional para a interrupção.

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