O Governo indiano está disposto a apoiar Moçambique na formação de quadros técnico-profissionais de nível médio e superior para responder aos desafios que se colocam ao país com o desenvolvimento da indústria extractiva.
Este facto foi revelado, Sábado, a jornalistas, pelo Ministro da Educação e Cultura, Zeferino Martins, à sua chegada a Maputo, vindo da Índia, onde efectuou uma visita de trabalho, no âmbito de reforço das relações de cooperação entre os dois países banhados pelo oceano Índico Na altura, o Ministro explicou que a prioridades será dada aos quadros das áreas de ciências naturais e engenharias, que neste momento são frequentados por apenas 30 por cento do universo académico em Moçambique.
Neste momento, Moçambique conta com cerca de 90 mil estudantes inscritos em mais de 40 instituições de ensino superior. Segundo o Ministro, a Índia disponibilizou 40 vagas para o próximo ano, um número que poderá aumentar dependendo das necessidades de Moçambique. As vagas são nas áreas de agricultura, geologia, petroquímica, engenharia de transportes, entre outras.
“Para já estão disponíveis 40 vagas, mas números são números. Há uma abertura para que aquilo que Moçambique quiser, e se estiver dentro das condições do Governo indiano, eles vão apoiar. Se houver necessidades concretas e muito específicas, eles estão disponíveis e em vários formatos. Ao invés de mandar estudantes para estudar na Índia, podemos criar um departamento em que os docentes indianos vêm para aqui e, aí, poderemos formar muito mais gente do que se tivéssemos que deslocar pessoas àquele país”, explicou.
Para o Ministro, o rápido desenvolvimento da exploração de recursos minerais coloca vários desafios ligados a transportes e logística dos recursos minerais e a formação de recursos humanos deve estar resposta a estas questões.
“Sentimos uma abertura clara do Governo indiano de apoiar os esforços de Moçambique para que seja um país rapidamente desenvolvido e mantenha os níveis de crescimento alcançados nos últimos anos. Tivemos contactos com várias universidades indianas que estão dispostas a receber docentes moçambicanos e/ou alunos para estas áreas: geologia, petroquímica, engenharia de transportes para responder ao desenvolvimento dos grandes corredores do país”, disse.
“Na agricultura, visitamos vários lugares com potencial, universidades agrícolas e discutimos a possibilidade de aumentar o número de estudantes moçambicanos que frequentam tais cursos e houve abertura nesse sentido”, acrescentou.
Depois do sucesso das negociações ao nível político, Martins disse ser necessário preparar equipas técnicas especializadas para trabalhar nos detalhes.
“Temos que preparar equipas técnicas para ver quem será formado, quando, onde e por quanto tempo”, disse, acrescentando que, “nos casos em que a Índia não puder apoiar, nos podemos entrar com os nosso próprios recursos, daí que vamos trabalhar com o Instituto Nacional de Bolsas”.
O que o governo pretende, segundo ele, é que os recursos disponíveis sejam orientados para a formação de jovens nas áreas prioritárias de desenvolvimento socio-económico de Moçambique.
Neste momento, 30 moçambicanos frequentam cursos em varias áreas de formação na Índia, por via de bolsas de estudos concedidas pelo Governo.
De referir que a vista do Ministro ocorreu na sequência de outras realizadas pelo Presidente moçambicano, Armando Guebuza, em Setembro do ano passado, e pelo Primeiro-Ministro, há dois meses. A partir dessas visitas iniciou um processo que levará ao reforço da cooperação.