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Atiradores invadem museu e matam 17 turistas estrangeiros na Tunísia

Homens armadas e vestidos em uniformes militares invadiram o museu nacional da Tunísia nesta quarta-feira, matando 17 turistas estrangeiros e dois tunisinos, num dos piores ataques de militantes num país que passou quase incólume pelo turbilhão da “Primavera Árabe” na região.

Cinco japoneses, além de italianos, poloneses e espanhóis, estão entre os mortos no ataque ocorrido ao meio-dia no museu Bardo, dentro do complexo parlamentar da Tunísia, local fortemente vigiado no centro de Túnis, disse o primeiro-ministro, Habib Essid.

“Eles só começaram a atirar nos turistas quando eles desciam dos autocarros… Não pude ver nada a não ser sangue e mortos”, disse o motorista de um autocarro turístico a jornalistas no local do atentado.

Vários turistas fugiram para dentro do museu e os militantes, que as autoridades não relacionaram imediatamente a nenhum grupo extremista, fizeram reféns no interior, disseram representantes do governo. Forças de segurança entraram no local aproximadamente duas horas depois, matando os dois militantes e libertando os reféns, disse um porta-voz do governo. Um polícia morreu na operação.

O ataque contra um alvo de tamanho destaque representa um duro golpe ao pequeno país do norte africano, que depende fortemente do turismo de europeus e vinha em grande medida evitando episódios violentos significativos desde um levante em 2011 que derrubou o autocrata Zine El-Abidine Ben Ali. Vários grupos militantes islamistas surgiram na Tunísia desde o levante, e as autoridades estimam que cerca de 3.000 tunisinos juntaram-se a combatentes no Iraque e na Síria, o que tem provocado temores de que possam retornar para praticar ataques no país.

“Todos os tunisinos devem estar unidos depois desse ataque, que teve como objetivo destruir a economia tunisiana”, disse Essid em pronunciamento.

A bolsa de valores local caiu cerca de 2,5 por cento e duas operadoras de turismo alemãs disseram que iriam cancelar por alguns dias viagens dos resorts no litoral tunisiano para Túnis. A Accor, maior grupo hoteleiro da Europa, afirmou ter intensificado a segurança nos dois hotéis que possui na Tunísia.

Imagens de TV mostraram dezenas de pessoas, incluindo estrangeiros idosos e um homem carregando uma criança, correndo para se abrigarem nos edifícios do museu, protegidos por forças de segurança empunhando rifles apontados para o ar.

O primeiro-ministro tunisino disse que 17 turistas foram mortos, incluindo quatro italianos, um francês, um polonês, dois colombianos, cinco japoneses, um australiano e dois espanhóis. Ele havia anteriormente mencionado um alemão morto, mas não voltou a falar sobre ele em declarações posteriores. Dois tunisinos também morreram.

O museu é famoso pela sua coleção de artefatos e mosaicos tunisinos antigos, assim como outros tesouros da Roma e Grécia clássicas. Não houve nenhum relato imediato sobre se os militantes haviam atacado peças, imitando as ações de insurgentes do Estado Islâmico no Iraque.

Chocados, mas desafiadores, centenas de tunisinos se reuniram nas ruas do centro de Túnis empunhando bandeiras do país e gritando palavras de ordem contra o terrorismo. “Eu passo a mensagem aos tunisinos de que a democracia vai vencer e vai sobreviver”, disse o presidente, Beji Caid Essebsi, em pronunciamento transmitido pela TV. “Vamos encontrar mais formas e equipamentos para o Exército acabar com esses grupo bárbaros.”

O ataque surge num momento desafiador para a Tunísia, que planeia reformar sua economia e cortar gastos públicos. O turismo representa cerca de 7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

O atentado desta quarta-feira foi o pior envolvendo estrangeiros na Tunísia desde que um homem-bomba da Al Qaeda matou 21 pessoas numa sinagoga na ilha turística de Djerba em 2002. O ataque anterior mais recente contra a indústria do turismo tunisiana ocorreu em 2013, quando um militante detonou a si mesmo no resort litorâneo de Sousse, mas ninguém foi morto ou ficou ferido no episódio.

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