A Primeira-Dama de Moçambique, Maria da Luz Guebuza, apelou aos líderes comunitários a encontrarem alternativas a “Kutchinga”, uma cerimónia de purificação de mulheres viúvas através do sexo.
Falando Domingo no distrito de Boane, província de Maputo, Sul do país, Guebuza considerou que esta pratica constitui um dos grandes veículos de transmissão e propagação do HIV/SIDA.
Para a Primeira-Dama, que se encontra de visita de trabalho ao distrito de Boane, é possível encontrar outras alternativas para purificar as mulheres sem se recorrer ao sexo.
“ Não estamos contra o Kutchinga e nem queremos proibir a sua pratica. Os nossos líderes devem encontrar uma saída para resolver este problema porque contribui para a propagação do vírus”, disse ela.
“Muitas vezes não se sabe se o marido morreu ou não por causa da SIDA”, acrescentou.
Ela vincou que por causa do HIV/SIDA, há necessidade de encontrar outras formas de se purificar as mulheres, conforme manda a tradição, mas de uma forma que não ponha as pessoas em risco de contrair o vírus do Sida.
Por seu turno, os líderes comunitários e tradicionais disseram que esta é uma prática milenar. Alguns até consideram que esta prática não deixará de existir porque a sociedade incuti em raparigas e rapazes que esta cerimónia deve acontecer.
O Kutchinga visa evitar que as mulheres viúvas permaneçam muito tempo sem maridos.
Por seu turno, Virgínia Gomes, membro do conselho consultivo de Mahubo disse, na ocasião, que o Kutchinga já não é muito comum em varias partes do distrito de Boane.
“O Kutchinga já não é muito comum. Quando éramos mais novos esta era uma prática obrigatória”, disse ela.
“Já não há quem é obrigado a fazer o Kutchinha, apenas ouvimos dizer que fulano de tal pratica esta actividade.
Kutchinga é uma cerimónia de herança de uma mulher viúva. Quando o marido morre, o irmão deste “purifica” a viúva por via sexual.
