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Hillary dá um novo tom às relações dos Estados Unidos com a África

Hillary dá um novo tom às relações dos Estados Unidos com a África

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, concluiu esta sexta-feira em Cabo Verde um giro por sete países da África, onde ela divulgou uma mesma mensagem: antes de tudo, os africanos devem se responsabilizar por seus problemas.

Durante sua viagem de 11 dias, a mais longa desde que assumiu sua função, em janeiro, como chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton visitou uma clínica rural de luta contra a aids na África do Sul e conheceu de perto a realidade do leste da República democrática do Congo (RDC) em guerra. A cada etapa, Hillary Clinton sugeriu que os africanos devem assumir o rumo de seu continente e os EUA, mesmo estando prontos a trabalhar com eles, não têm nenhuma “varinha mágica” para resolver problemas endêmicos. Ela reiterou assim a mensagem difundida mês passado em Ghana pelo presidente Barack Obama, primeiro chefe de Estado afro-americano.

Para Tom Wheeler, pesquisador do Instituto sul-africano dos Assuntos Internacionais, a nova administração americana imprimiu “uma mudança do estilo e de substância” às suas relações com a África. “Os africanos sempre esperam que países de fora do continente possam resolver seus problemas, encarando isso de uma forma ruim, a dependência da ajuda”, ressaltou. “Mas eles devem aceitar a responsabilidade de seu destino e penso que as mensagens de Obama-Hillary Clinton são corretas”, afirmou.

Seis anos depois do fim da guerra civil, Hillary Clinton pediu unidades aos parlamentares liberianos. Mais cedo, na Nigéria, ela advertiu o governo que a corrupção ameaça sua legitimidade. A enviada americana não encontrou franca hostilidade da parte das populações durante sua viagem, e foi até bem recebida no Libéria por algumas mulheres que a chamaram de “nossa dama de ferro”.

Mas o primeiro-ministro queniano, Raila Odinga, se irritou com a tendência americana de “dar lições”. E na RDC, estudantes evocaram diante dela o passado de exploração da África pelos Ocidentais. Hillary Clinton também respondeu irritada a um jovem que lhe teria perguntado o que seu marido, o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001), pensava do envolvimento da China ou do Banco mundial na República Democrática do Congo, quando o episódio teria sido, na verdade, resultado de uma má tradução do intérprete que a acompanhava.

A secretária de Estado citou vários exemplos durante sua viagem, apresentando principalmente a Índia como a prova de que a democracia funciona em países em desenvolvimento. Diferente de vários visitantes ocidentais, ela não prometeu financiamentos maiores, apesar de ter anunciado fundos para a luta contra a Aids em Angola ou contra os estupros na RDC.

Segundo fontes oficiais, a administração Obama prevê um plano de 20 bilhões de dólares do grupo nas oito nações mais ricas para dinamizar a agricultura na África e fazer com que os africanos comnbatam sozinhos a desnutrição. “Eu acredito que estas mensagens duras, se forem seguidas de políticas coerentes, recolherão aplausos na maior parte da África”, disse Stéphane Morrison, um especialista da África no Centro de Estudos estratégicos e internacionais de Washington.

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