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Haiti: desconcertados, soldados da ONU interrompem distribuição de ajuda

Ume operação de distribuição de ajuda diária foi transformada em caos na segunda-feira em Porto-Príncipe diante do palácio presidencial haitiano, quando 18 Capacetes Azuis uruguaios tentavam, sozinhos, conter multidão de cerca de 4.000 haitianos esfomeados.

“Qualquer coisa que fizermos não servirá de nada”, gritou em espanhol um dos soldados da ONU, quando lhe perguntaram por que os soldados da paz não tentavam explicar a situação à população em francês ou em crioulo. Recusando-se a se identificar, o soldado começou a repelir a multidão com um escudo plástico duro. Seus colegas lançavam gás pimenta nos haitianos que estavam na primeira fila da multidão para pararem de empurar.

Outros soldados que estavam num tanque de cor branca da ONU dispararam balas de borracha para o ar, sinais que mal foram percebidos pela multidão ávida em receber os tão esperados alimentos fornecidos pelos Estados Unidos através da organização Eagles Wings Foundation. O poderoso terremoto de magnitude 7, de 12 de Janeiro passado, deixou aproximadamente um milhão de desabrigados.

Muitos vivem em barracas de campanha nos parques e centenas de milhares foram estimuladas pelo governo a abandonar a cidade destruída de Porto Príncipe. Ouvidos sobre o por quê de não haver mais tropas da ONU para conter os haitianos famintos, as forças de paz fizeram um gesto de impotência, indicando que não havia mais gente disponível para unir-se a eles.

A multidão empurrava para a frente e se movia como se fosse um só corpo em direcção aos caminhões com bandeiras dos Estados Unidos e carregados de bolsas de arroz, vitaminas, óleo de cozinha e soja.

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