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Há viciação de dados para ingresso na PRM

A polícia da Republica de Moçambique em Nampula descobriu que alguns candidatos a membros da corporação apresentam certificados de aptidão física emitidos pelas entidades provinciais da saúde com resultados falsificados de forma a facilitar o seu ingresso nas respectivas fileiras, de acordo com Inácio Dina, porta-voz do comando da PRM nesta parcela do país.

Esta constatação surgiu durante a fase de treinamento de um contingente seleccionado a partir da província de Nampula para participar no 25º curso de formação no Centro de Instrução Básico de Matalane, distrito de Maracuene, província de Maputo.

Na sequência, um número estimado em mais de vinte candidatos do sexo feminino apresentou sinais de gravidez.

Este facto, segundo o nosso informador, precipitou a tomada de decisão por parte da direcção daquele centro de formação de polícias de submeter todos os candidatos provenientes de Nampula a um novo exame médico para verificar o seu estado de aptidão física.

Foi nesse processo que foi confirmado que, além de sinais de gravidez, havia entre os candidatos de ambos sexos portadores de doenças graves e crónicas que não se compadece com o exercício da actividade policial.

No teste de altura, foram também detectadas irregularidades, pois que parte considerável dos efectivos em processo de instrução não reúne os 170 centímetros exigidos aos instruendos do sexo masculino e 165 centímetros para os do sexo feminino exigidos para ingressar nas fileiras da Polícia da República de Moçambique, de acordo com o nosso entrevistado.

Escandalizada com os factos, a direcção daquele centro de formação decidiu que todos os restantes instruendos provenientes das províncias do norte, nomeadamente Cabo Delgado e Niassa, incluindo a Zambézia, do centro, fossem submetidos a novos exames médico e de altura, afim de confrontá-los com os que indicados no processo da sua selecção, e a constatação confirmou a viciação dos resultados iniciais.

Todos os candidatos com problemas de saúde, gravidez e altura abaixo do exigido proveniente das províncias supracitadas foram suspensos do treinamento e, posteriormente, devolvidos às suas zonas de origem.

Este facto acarretou gastos avultados para os comandos provinciais da PRM que enviaram para instrução candidatos que não reúnem os requisitos exigidos, pois que tiveram que fretar autocarros para os transportar às suas provinciais.

Deste modo, o comando provincial da PRM em Nampula decidiu agir com maior rigor no processo de selecção para prevenir a repetição destes casos de vulnerabilidade por parte de algumas instituições parceiras que intervêm nos exames médicos dos candidatos a agentes daquela corporação.

Aquela instituição tem um centro de saúde, devidamente equipado, que garante assistência médica e medicamentosa aos seus membros e respectivas famílias.

Segundo Inácio Dina, os candidatos ao vigésimo sexto curso que vai decorrer este trimestre em Matalane estão a ser inspeccionados por técnicos afectos àquela unidade e assistidos por médicos destacados pela direcção provincial de saúde.

O processo de medição de altura aos candidatos da província de Nampula a frequentar o referido curso é feito sob o olhar atento da comandante provincial, Arsénia Massingue, medida que visa garantir fiabilidade nos resultados.

Importa referir que para obtenção de um certificado de aptidão física, basta ao interessado dirigir-se ao Centro de Exames Médicos de Nampula, que se limita a cobrar o serviço solicitado de acordo com a tabela de preços que se encontra afixada na vitrina à entrada da instituição para conhecimento do público.

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