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Há “potencial de violência eleitoral” em Moçambique alerta consultora de riscos e também o Governo dos EUA

“A tensão em Moçambique está a subir nas vésperas das Eleições Gerais de 15 de Outubro, o que representa um aumento dos riscos operacionais e de segurança para os investidores (entenda-se estrangeiros)” reportou a Maplecroft, uma consultora mundial de riscos políticos associados aos negócios estrangeiros. Posição idêntica foi assumida semana finda pelo Governo dos Estados Unidos da América que emitiu um alerta de segurança para os seus cidadãos em Moçambique, ou que pretendam viajar para a “Pérola do Índico”.

“Embora não exista previsão de violência generalizada os períodos eleitorais normalmente resultam em manifestações localizadas que podem se tornar violentas, com o possível uso da força pelos serviços de segurança para lidar com manifestações ou incidentes de desordem pública e interrupção dos serviços de transporte. Dependendo do resultado das eleições, a agitação e o potencial de violência pode aumentar imediatamente após a eleição” pode-se ler no comunicado do Departamento de Estado norte-americano que chama atenção aos seus cidadãos de que “até mesmo manifestações que pretendem ser pacíficas podem transformar-se em confrontação e numa escalada de violência”.

O Governo dos EUA alerta aos seus cidadãos em Moçambique para “evitar locais de votação do eleitor, manifestações, comícios políticos, ou grandes multidões de qualquer espécie durante o período eleitoral”.

Por seu turno a consultora Maplecroft destaca como o principal risco para empresas estrangeiras “a possibilidade de violência generalizada após o anúncio dos resultados que deverão dar vitória ao partido Frelimo e ao seu candidato Presidencial”, que governam o país desde 1975.

Refira-se que ainda não iniciou a implementação do Acordo de Paz II, assinado a 5 de Setembro pelo Presidente da República, Armando Guebuza, e pelo Presidente do maior partido da oposição, a Renamo, Afonso Dhlakama.

Embora o cessar fogo seja uma realidade o facto é que o desarmamento dos homens armados deste partido político continua por acontecer.

A Missão Internacional de Observadores Militares que vão monitorar a implementação deste acordo ainda não teve início pois só estão na capital moçambicana parte dos membros da Equipa Militar de Observadores Internacionais da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM), que integra representantes do Botswana, Zimbabwe, África do Sul, Quénia, Cabo Verde, Portugal, Itália, Reino Unido e EUA.

A implementação deste Acordo está prevista durar 135 dias, o que quer dizer que as Eleições Gerais deverão acontecer com membros do partido Renamo na posse de armas de fogo, em quantidade e tipo desconhecidos, e ainda com as Forças de Defesa e Segurança em prontidão combativa na região centro do país onde Afonso Dhlakama tem o seu refúgio.

Recorde-se que o líder do partido Renamo afirmou, após o Acordo de Paz II, que irá respeitar os resultados das 5ªs Eleições Presidenciais e Legislativas.

 

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