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GUN não substitui modelos democráticos: Tomas Salomão

Os líderes africanos devem começar a mudar de atitude e passar a reconhecer a sua derrota nas eleições quando os resultados lhes são desfavoráveis, defende o Secretário Executivo da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC), o moçambicano Tomaz Salomão.

“É preciso que Africa mude. Se eu perdi, a minha primeira atitude deveria ser pegar no telefone, felicitar o vencedor e pôr-me a sua disposição. Mas isso também será o resultado do processo do reforço e da confiança nas instituições encarregues de processos eleitorais, para que não haja uma relutância em aceitar os resultados”, afirmou.

Tomas Salomão falava Terça-feira, em Maputo, durante uma palestra subordinada ao tema “O Papel da SADC na Constituição do Governo de Unidade Nacional no Zimbabwe”, organizada pela Faculdade de Direito da Universidade “Eduardo Mondlane” (UEM), em parceria com o Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI).

Salomão já proferiu palestras semelhantes nas Universidades do Botswana e Pretória (Africa do Sul) e, segundo ele, foi convidado a fazer o mesmo na Tanzânia e Angola.

“Portanto, estamos a tentar partilhar a nossa experiência no Zimbabwe com as instituições académicas da região”, disse.

Na sua dissertação, concorrida e seguida atentamente por docentes, académicos, estudantes, entre outros, Salomão explicou que, ao aceitar os resultados e felicitar o vencedor, o candidato derrotado sai pela “porta grande”.

“Esta é a mentalidade que os políticos devem procurar. Entrou pela “porta grande, então também deve sair pela “porta grande”. Nunca entrar pela “porta grande” para sair pela porta “pequena”.

“Se estou no poder e fui lá colocado pela “porta grande”, então eu também devo sair pela “porta grande”. Nunca sair pela porta de trás e nem pela “porta pequena”, nem que seja forçado a sair”, vincou Salomão.

Para que os resultados sejam fiáveis e aceites, explicou Salomão, é preciso que os órgãos responsáveis pelas eleições assumam as suas responsabilidades, e que se invista na capacitação dos órgãos responsáveis pelos processos eleitorais.

Isso reveste-se de uma importância particular, pois e’ necessário que os cidadãos encarem os processos eleitorais como livre, justos e democráticos, durante os quais as pessoas gozam o direito de exprimir a sua própria vontade.

Ademais, segundo Salomão, devese evitar criar condições e espaço para a busca de modelos alternativos aos processos democráticos, à semelhança do Zimbabwe.

“Se acreditamos na democracia como sendo o modelo que devemos seguir, então os países em todo o continente devem investir no reforço destas instituições para que nenhum cidadão questione a validade dos resultados”, referiu Salomão, realçando que “no dia que convencermos ao Mundo que Africa não é doenças, Africa não é corrupção, Africa não é golpes de estado, Africa não é HIV/ SIDA, Africa não é tuberculose, Africa não é malária, é convencer que Africa tem muitas coisas boas, então estaremos no rumo certo ao desenvolvimento”.

“Africa nunca pode ter dignidade se com muita terra, agua e rios a nossa disposição continuarmos a pedir comida”, sublinhou.

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