O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, reiterou o compromisso do governo em continuar a prestar particular atenção a agricultura, potenciando os produtores agrários no sentido de continuarem a aumentar a produção e a produtividade para que o país possa vencer a fome a pobreza.
Discursando na noite de quarta-feira na 13/a Sessão Ordinária de Chefes de Estado e Governo da União Africana (UA), que está a decorrer aqui em Sirte, Líbia, Guebuza sublinhou que o estímulo ao crescimento da agricultura no país é parte integrante da agenda e luta contra a pobreza na qual a meta preconizada é erradicar a fome.
Na sua intervenção, ansiosamente aguardada pelos seus homólogos ávidos de conhecer um pouco mais as experiências de Moçambique, Guebuza disse, por outro lado, que o seu executivo aposta igualmente na expansão do ensino técnico, com ênfase às escolas agrárias, básicas e médias, bem como nas instituições de ensino superior. Estas instituições de ensino, segundo o estadista moçambicano, estão a leccionar cursos agrários e de desenvolvimento rural, a maioria das quais sedeadas nos distritos.
“Adoptamos igualmente o desenvolvimento rural integrado, como parte do nosso empenho na luta contra a pobreza. Neste contexto, o investimento em infra-estruturas é colocado no centro das nossas atenções de governação”, explicou o presidente.
Ainda no pacote de acções que o governo está a desenvolver, o presidente apontou, a título de exemplo, o investimento em infraestruturas, financiamento e as respectivas taxas de juro, a investigação agrária para produzir sementes de qualidade melhoradas e a extensão agrária, a tracção animal e a mecanização agrícola entre várias outras. Estas medidas revestem-se de elevado contributo no aumento da produção e das áreas trabalhadas, assim como também impulsionam a produtividade e o aumento da renda das famílias.
Em relação a crise financeira que se traduz na recessão das economias mundiais, bem como aquelas em franco desenvolvimento, o estadista moçambicano afirmou que ela constitui um enorme desafio para as economias de países como Moçambique. Todavia, o país tem estado a encarar esta crise como uma oportunidade para aumentar o desenvolvimento da produção agrícola e, para o efeito, o executivo decidiu aumentar os recursos alocados de forma directa e indirecta ao sector da agricultura.
Desta feita, o governo decidiu que determinados distritos do país, com características agro-ecológicas específicas devem assumir maior protagonismo na intensificação da produção de determinadas culturas. Neste quadro, todos os 128 distritos do país dispõem, desde 2006, de uma quantia considerável do Orçamento do Estado para financiar projectos da população de baixa renda, destinados à produção de mais alimentos e criação de mais postos de trabalho.
O presidente referia-se claramente ao Fundo de Iniciativas Locais, vulgo sete milhões (cerca de 264 mil dólares) que o governo atribui anualmente aos distritos para o desenvolvimento de projectos de alívio a pobreza e os catapultar para rota de desenvolvimento. Refira-se que a 13 Cimeira da UA, que termina sexta-feira, decorre sob o lema “Investir na Agricultura para o Crescimento Económico e Segurança Alimentar”, tema proposto pelo Presidente Hifikepunye Pohamba da Namíbia.