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Guebuza reelege luta contra a pobreza como principal objectivo

Armando Guebuza, empossado na quinta- feira pela segunda vez ao cargo de Presidente da República de Moçambique, reelegeu a luta contra a pobreza como o principal objectivo dos próximos cinco anos do seu mandato e prometeu “respeitar e fazer respeitar o Estado de direito democrático e justiça social”.

Num discurso eminentemente de Estado, Guebuza falou pela primeira vez em público da “Geração da Viragem” que agora assume as rédeas do poder e vincou que será presidente de todos os moçambicanos, para além de garantir que vai cumprir o segundo e último mandato na sequência da vitória nas eleições de 28 de Outubro.

Depois da Geração do 25 de Setembro e da Geração do 8 de Março, “hoje emerge a Geração da Viragem, a geração cuja missão histórica é lutar e vencer a pobreza”, prosseguiu Guebuza, que também fez mensão a um novo conceito: “pobreza urbana” que varre Moçambique. Conciliatório, sublinhou ter chegado o momento de pôr de lado as diferenças políticas e convidar todos os moçambicanos a “dedicar todas as energias” na luta contra a pobreza, um “confrangedor e degradante fenómeno” e, aparentemente dirigindo-se ao seu mais directo rival político, Afonso Dhlakama, que ameaça inviabilizar o consulado de Guebuza, sublinhou que “a única alternativa à paz é a própria paz”.

Recadinhos

Numa altura em que alguns sectores da sociedade alegam existir “interferência externa excessiva nos assuntos domésticos de Moçambique”, Guebuza enfatizou a necessidade da “intensificação de acções tendentes a desencorajar a prática de mão-estendida”, que classificou de “degradante atitude de querer depender de terceiros mesmo quando podemos nós próprios pensar, conceber e produzir”. Disse ainda que o seu Governo vai estimular a inovação, proactividade, empreendedorismo, excelência, o rigor e a qualidade, “assentes no espírito da auto-estima e da auto-superação”, apontando as mudanças climáticas e a crise económica e financeira como outros desafios a serem enfrentados no próximo quinquénio para “transform-á-los em oportunidades de desenvolvimento”. “Moçambique marchou a passo acelerado.

A pobreza, essa, recuou, consideravelmente”, disse o Presidente, sublinhando que “a luta contra a pobreza e pela cultura do trabalho vai assumir-se como epicentro transversal” nos esforços do elenco que doravante dirigirá os passos do país. A consolidação e ampliação da experiência da Presidência Aberta e Inclusiva e promoção de uma justiça célere e cada vez mais próxima do cidadão e asseguramento que mais actores da sociedade, no campo e cidade, “sintam que são desafiados a darem o seu melhor na construção desta pérola do Índico” constituem outro compromisso de Guebuza a ser implementado no que respeita à boa governação e cultura de prestação de contas. “Nenhuma geração pode ter êxitos na sua missão fazendo do combate e vilipêndio das gerações anteriores sua agenda principal”, observou o Presidente da República, ao fazer vênia à Geração do 8 de Março que, em 2010, completa 33 anos.

Outra vez Dhlakama

O discurso de Armando Guebuza marcou o final de uma longa cerimónia de posse na Praça da Independência, no centro de Maputo, a que assistiram chefes de Estado e de Governo de países vizinhos. Dhlakama, líder da RENAMO, o segundo maior partido, não esteve presente, mas Daviz Simango, presidente do MDM, terceira força política, compareceu. Na tribuna de honra estiveram os Presidentes da República Democrática do Congo, Malaui, Namíbia, Tanzânia, Zâmbia, África do Sul e Zimbabué. A praça encheu-se também de milhares de convidados, incluindo todo o elenco governamental quarta-feira exonerado, devendo alguns dos ministros transitar para o novo Governo, que será anunciado em breve por Armando Guebuza.

Ambiente

A chegada do Presidente foi saudada com o hino nacional, tendo Armando Guebuza depois passado revista às forças em parada (dos três ramos das Forças Armadas) e assistido a orações das principais igrejas presentes em Moçambique, nomeadamente a católica, muçulmana e hindu. Com música e danças pelo meio, num dia de intenso calor, foi a investidura o ponto alto do dia, quando Armando Guebuza leu e assinou o termo de posse e recebeu os símbolos do poder das mãos do juiz-presidente do Conselho Constitucional: a Bandeira Nacional, Constituição, Emblema da República, Pavilhão Presidencial e Martelo. Eram 11:45 quando Luís Mondlane, juiz-presidente do Conselho Constitucional, afirmou: “Declaro o cidadão Armando Emílio Guebuza investido no cargo de Presidente da República de Moçambique”.

O Presidente beijou então a esposa e ambos abraçaram-se, efusivamente. Armando Guebuza, que faz próxima quarta-feira 67 anos de idade, proferiu depois o discurso de posse, em que garantiu que vai cumprir as promessas eleitorais e fez um balanço dos cinco anos de governação. A longa cerimónia terminou com a execução do hino nacional pela banda militar e o disparo de 21 salvas de canhão.

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