O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, recebeu em audiência, no final da tarde da terça-feira, em Maputo, o líder da Alta Autoridade de Transição do Madagáscar, Andry Rajoelina.
Falando a imprensa no final da audiência que durou cerca de uma hora, Rajoelina manifestou o seu apreço pela disponibilidade e apoio dados pelo presidente e povo moçambicanos aos malgaxes, para sair da crise política e entrar na rota do desenvolvimento económico.
“Agradeço ao presidente e ao povo moçambicano pela disponibilidade e pelo apoio que prestam ao povo malgaxe para sair desta crise política e entrar na rota do desenvolvimento económico”, disse Rajoelina.
Em relação ao actual quadro político no Madagáscar, o presidente da Alta Autoridade de Transição disse que os malgaxes votaram em massa na nova Constituição que introduzirá a Quarta República do Madagáscar.
Para o efeito, Rajoelina disse ter recebido o aval de Guebuza para dirigir o governo de transição rumo as próximas eleições que vão culminar com a formação de um novo governo naquele país insular da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Apesar de não ter adiantado quaisquer informações sobre as prováveis datas das próximas eleições, é sabido que na recente entrevista veiculada domingo pela televisão nacional naquele país, Rajoelina manifestou o desejo de ver as eleições a acontecerem ainda este ano.
Na entrevista, disse ainda que partilhava o sentimento da comunidade internacional em relação a preparação das eleições livres e justas e, para o seu gáudio, o país tinha já iniciado o processo preparatório e a orçamentação com vista a concretizar o pleito ainda este ano, que será orientado por uma Comissão Eleitoral Independente (CENI).
Aliás, o presidente da CENI, Henry Rakotomanana, disse recentemente que a marcação da data das eleições era de inteira responsabilidade dos rivais políticos malgaxes.
Questionado sobre a aceitação ou não da candidatura do ex-presidente Marc Ravalomanana, derrubado em 2009 na sequência da uma rebelião popular sangrenta, Rajoelina disse, de forma categórica, que o seu predecessor foi condenado pela justiça e não tem esse direito.
Rajoelina apontou, a título ilustrativo, que os presidentes Ben Ali da Tunísia e Hosni Mubarak do Egipto, também derrubados em violentas e sangrentas manifestações nos seus países não podem se candidatar, porque nos termos da lei perderam os direitos civis.