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Guebuza na Cimeira da UA tendo a agricultura no topo da agenda

O Presidente Armando Guebuza e vários outros estadistas africanos iniciaram hoje nesta cidade líbia de Sirte, a cimeira anual da União Africana (UA) de três dias, tendo a agricultura como um dos principais pontos da sua agenda, devendo os seus participantes tentar identificar, os mecanismos que possam conduzir ao aumento da produção e produtividade agrícola no continente.

Este tema é de particular importância, pois a maioria dos cerca de 800 milhões de africanos ainda passam fome ou pelo menos graves carências alimentares. A cimeira decorre à portafechada e tem como lema “Investir na Agricultura para o Crescimento Económico e Segurança Alimentar”.

Moçambique, que participa com uma delegação liderada pelo Presidente Armando Guebuza, é visto com muito interesse entre os presentes, pelo facto de ser um dos países que tem dado grande prioridade ao desenvolvimento da sua agricultura, através da adopção de programas e estratégias que tem como fim, o incremento da produção, destacando-se a “Revolução Verde”.

Esta política tem por objectivo a busca soluções com vista ao incremento dos níveis de produção e de produtividade agrária, através do uso de sementes melhoradas, fertilizantes, tecnologias de produção adequadas à realidade local, mecanização agrícola, incluindo a tracção animal, entre outras acções. Esta estratégia assenta fundamentalmente no combate a pobreza através da eliminação de uma das suas manifestações, a carência de alimentos básicos e a insegurança alimentar. Moçambique dispõe de cerca de 36 milhões de hectares de terra arável, dos quais 3,3 milhões irrigáveis, associados a um amplo potencial agro-ecológico.

Este potencial é favorável ao desenvolvimento de uma diversidade de culturas de elevado contributo para a erradicação da fome e insegurança alimentar que enfermam grande parte do continente. Desta feita, o governo moçambicano tomou medidas concretas de apoio ao sector agrário, optando por apostar no potencial existente de modo a transformálo em fonte de riqueza.

O Programa Quinquenal do Governo para o período 2005/09 incentiva as populações a aumentarem a produção e produtividade de produtos básicos alimentares, bem como a introduzirem culturas de rendimento. A experiência de Moçambique será, sem a menor sombra de dúvida, de relevado contributo para os outros países africanos ainda com graves problemas no sector da agricultura.

O continente africano, cuja maioria dos países têm na agricultura a fonte de subsistência, continua a enfrentar problemas de crescimento económico, insegurança alimentar, endividamento, HIV/SIDA, diversas calamidades, fome, entre outros. Não obstante o sucesso registado em vários países africanos, na melhoria da segurança alimentar, no geral, o progresso económico do continente não é paralelo ao ritmo de multiplicação da sua população.

Estimativas indicam que 200 milhões de africanos são cronicamente famintos e cerca de 30 milhões necessitam de auxílio alimentar de emergência todos os anos. O continente tornou-se no maior recipiente da ajuda alimentar, deixando de ser o maior exportador de produtos agrícolas como já o foi. A prevalência destes e vários outros problemas no sector da agricultura do continente implica que centenas de milhares de africanos continuarão em situação de fome e de alto risco de insegurança alimentar.

Os líderes africanos, cientes desta realidade, adoptaram para esta cimeira o lema “Investir na Agricultura para o Crescimento Económico e Segurança Alimentar” que vai nortear as discussões com vista a se identificar respostas conducentes ao incremento da produção e produtividade agrária.

A cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana foi antecedida de uma reunião de apresentação dos resultados do Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP) e da Sessão Ordinária do Conselho Executivo da UA.

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