O estadista moçambicano, Armando Guebuza, foi eleito vice-presidente da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), durante a 31ª Cimeira dos Chefes de Estados desta organização regional, que terminou, quinta-feira, em Luanda, capital angolana.
O facto foi anunciado, Quinta-feira, no encerramento da Cimeira de Chefes de Estados desta comunidade regional que vinha decorrendo, desde quarta-feira.
Na ocasião, foi também anunciado pelo Secretariado da SADC, a realização da cimeira de ordinária de 2012 em Maputo, altura em que Moçambique passará a assumir a presidência.
Durante o evento, os Chefes de Estado e de Governos da SADC ou seus representantes rubricaram dois protocolos, designadamente, sobre o Finanças, Investimentos e Contra o Branqueamento de Capitais e outro sobre a Cooperação Politica, Defesa, Segurança.
Os Chefes de Estado e Governos da SADC também adoptaram uma Declaração Solidariedade com o Governo e Povo da República da Somália que enfrenta a pior seca dos últimos anos e que vitimou milhares de pessoas.
Chamado a intervir na sua qualidade de vice-presidente, o Chefe do Estado moçambicano, Armando Guebuza, apelou aos Chefes de Estados da região para continuarem a apostar no diálogo franco e aberto para ultrapassarem as diferenças que possam surgir como única forma de manter a paz e segurança regionais.
“A alternativa da paz e a própria paz. Temos que cultivar a cultura da concórdia e de bem-estar conscientes da nossa interdependência rumo a integração regional”, disse o Presidente Guebuza, destacando que a cimeira de Luanda serviu para o lançamento de bases sólidas para a reafirmação da SADC no contexto regional, Africano e no mundo.
Por seu turno, o Presidente angolano José Eduardo Dos Santos, destacou a necessidade de a SADC continuar a primar pela espírito de unidade de pensamento e de acção na busca dos melhores caminhos que levarão a região a sair da pobreza rumo ao desenvolvimento.
“Nós já sabemos quais são as vias. Já identificamos os obstáculos endógenos e exógenos. Precisamos de perseverança e destreza para realizarmos os projectos e programas rumo a integração regional porque ela realiza-se a diferentes velocidades e em diferentes estágios”, disse o Presidente angolano.
Dos Santos alertou que a SADC não é um espaço económico homogéneo, pois existem países com uma economia comparativamente mais avançada, razão pela exortou aos países membros para respeitarem as regras que regem o funcionamento da comunidade para que os benefícios desta integração sejam equitativos.
Se as regras não forem respeitadas corremos o risco de agravar a pobreza em alguns países em benefício de outros. Temos que ter em conta as condições gerais de vida porque a distribuição dos rendimentos ocorre também em contextos diferentes de acordo com a realidade de cada país, destacou José Eduardo Dos Santos.
“E” importante que deve prevalecer no nosso seio a visão de um futuro comum de desenvolvimento sustentável e consolidação das bases do desenvolvimento regional. Temos que encontrar formas de estabelecer uma gestão conjunta dos recursos naturais transfronteiriços existentes na região”, acrescentou.
O Presidente angolano avançou que o encontro definiu o desenvolvimento das infra-estruturas, a comercialização, aumento da produção, investigação, a ciência, a educação e a tecnologia, como metas de convergência regional, porque a integração exige convergência das necessidades internas de cada membro o que passa necessariamente pela interligação entre os países.
Para dos Santos, o desenvolvimento de infra-estrutura e a única via capaz de estimular o mercado interno e internacional. Exortou ainda a necessidade de promover as pequenas e medias empresas para produzirem bens e serviços que vão alimentar o mercado regional.
“E importante prestar particular atenção a componente de Recursos Humanos porque se esta componente não for acautelada pode comprometer todos esforço rumo a integração”, vincou.
O Chefe do Estado angolano, apelou ainda a colaboração dos actores políticos do Zimbabwe, Madagáscar e República Democrática do Congo a encontrarem uma solução negocial para ultrapassarem as suas diferenças contribuído para o estabelecimento de um clima de paz estabilidade e segurança, porque só falando as pessoas se entendem.
José Eduardo Dos Santos terminou a sua intervenção exigindo a Organização do Atlântico Norte (OTAN) para cessar as suas operações na Líbia e a abrir um espaço para o diálogo.