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Guebuza defende mais investimentos para infraestruturas

O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, defende maiores investimentos na área de infra-estruturas em África, que actualmente é considerada como um dos maiores impedimentos para o crescimento económico do continente.

 

 

“Reconhecidamente, um dos grandes desafios do desenvolvimento das infraestruturas africanas é a escassez de financiamento e a excessiva demora na conclusão dos processos para o seu desembolso”, disse Guebuza, falando, última Segunda feira, em Tripoli, Líbia, durante a 3ª Cimeira África-União Europeia (África-UE).

Por isso, disse Guebuza, deve-se ampliar os programas de apoio financeiro para o desenvolvimento das infraestruturas africanas tendo em conta os programas já concebidos, a nível dos países, das comunidades económicas regionais e da União Africana.

Como forma de resolver o défice de financiamento, o estadista moçambicano sugere que se deve impulsionar as parcerias público-privadas e promover a África como um destino seguro para os investimentos.

Estudos recentes do Banco Mundial referem que para a implementação do programa de reabilitação e construção de novas infra-estruturas em África serão necessários, nos próximos anos, um financiamento calculado em cerca de 93 biliões de dólares EUA por ano, uma soma que corresponde a cerca de 15 por cento do Produto Interno Bruto do continente.

Deste montante, cerca de 40 por cento seria para a área de produção de energia. Ademais, na maioria dos países africanos, particularmente os de baixa renda, tais como Moçambique, as infraestruturas são o principal constrangimento para o “ambiente de negócios” (doing business), provocando a queda da produtividade na ordem de 40 por cento.

Por isso, as infra-estruturas revestem-se de uma importância particular para o desenvolvimento dos países africanos, seu papel na integração regional e continental e, sobretudo, para impulsionar a cooperação internacional, incluindo com a União Europeia.

Assim sendo, Guebuza sustenta que África deve desenvolver uma rede integrada de estradas, ferrovias, transportes marítimos e aviação civil, tendo em atenção o papel do transporte intermodal no desenvolvimento dos países, regiões e do continente, inspirando-se na experiência dos seus parceiros europeus.

Os países africanos também precisam de realizar investimentos para o desenvolvimento de novas centrais de produção de energia, exploração de energias novas e renováveis, bem como a construção de linhas de transmissão transfronteiriça, redes intra-regionais de fibra óptica e cabos submarinos, implantar e operacionalizar as tecnologias de informação e comunicação.

Para Guebuza, o papel das infraestruturas na dinamização da vida social e económica é sublinhada pela densidade populacional que se pode testemunhar ao longo ou nas redondezas de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e em locais de produção de energia.

Como argumento, o estadista moçambicanos explicou que “nestes locais, nascem novos empreendimentos que geram novos postos de trabalho, de forma directa e indirecta. Para além disso, impulsiona-se a produção agro-pecuária que deixa de depender de combustíveis líquidos para passar a consumir energia eléctrica”.

Também criam-se condições para a conservação de produtos perecíveis e de vacinas e viabiliza-se a exploração da convergência tecnológica, a miniaturização, já conseguida, e a produção em escala.

Combinados, estes desenvolvimentos tecnológicos oferecem ao cidadão oportunidades para aceder a inúmeros serviços, de entre eles os bancários, informações sobre mercados e transferência e recepção de outros dados.

Estas tecnologias comprimem o tempo e as distâncias, facilitando, mais ainda, a interacção entre cidadãos nacionais entre si e com os de diferentes partes do mundo e o acesso à informação, em tempo real.

Deste modo, as infra-estruturas contribuem para a segurança alimentar e nutricional e, de uma forma holística, para a melhoria da qualidade de vida do cidadão e para o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

Na ocasião, Guebuza disse que o continente africano já definiu claramente os seus objectivos, que estão a ser implementados ao nível dos países, regiões e do continente.

Citando como exemplo o caso de Moçambique, Guebuza disse que o governo tem estado a investir em estradas, linhas-férreas e a modernizar as infraestruturas aeroportuárias.

“Estamos igualmente a investir na geração de energia, seu transporte e electrificação rural bem como em biocombustíveis e em outras energias renováveis”, disse, acrescentando que, “as tecnologias de informação e comunicação conheceram avanços significativos em Moçambique, quer do ponto de vista de desenvolvimento de recursos humanos quer do ponto de vista da sua extensão pelo país”.

Com relação ao nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) também registam-se avanços assinaláveis no investimento em infraestruturas que promovem a integração regional a nível de estradas e energia, no contexto do Plano Indicativo Estratégico para o Desenvolvimento Regional.

O mesmo acontece e nível continental, facto testemunhado pelo lançamento, em Julho último, do Programa para o Desenvolvimento das Infra-estruturas em África.

“O investimento em infra-estruturas tem impacto transversal e multidimensional e contribui para os investimentos noutras áreas sociais e económicas”, concluiu Guebuza.

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