Rebeldes que incluem combatentes estrangeiros a travarem uma “jihad”, ou guerra santa, estão a cometer mais chacinas, crimes e outros abusos no norte da Síria, disseram os investigadores de direitos humanos da ONU, esta Segunda-feira (16).
“Por todo o norte da Síria tem havido um aumento de crimes e abusos cometidos por grupos de extremistas armados anti-governo e também um fluxo de entrada de combatentes rebeldes estrangeiros”, disse o chefe da equipe de investigação, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.
“Brigadas inteiras são agora formadas por combatentes que entraram na Síria. O Al Muhajireen é uma das activas”, acrescentou. Os investigadores haviam dito anteriormente que os combatentes estrangeiros de mais de 10 países, incluindo do Afeganistão e da região russa da Chechénia, assim como as forças da Al Nusra, ligada à Al Qaeda, apoiam os rebeldes sírios.
O Hezbollah, do Líbano, luta ao lado das forças do governo. “Agora deve haver mais. A questão é que esses elementos extremos possuem a sua própria agenda e certamente não é uma agenda democrática que querem impor”, disse o membro da comissão Vitit Muntarbhorn.
Pinheiro, que relata sobre suspeitas de crimes de guerra desde 15 de Julho, disse também que o governo do presidente Bashar al-Assad continua a sua campanha implacável de bombardeios aéreos e de artilharia por todo o país.
Uma bomba incendiária lançada por um avião de guerra do governo sobre uma escola no interior de Aleppo a 26 de Agosto matou pelo menos 8 estudantes e 50 sofreram queimaduras horríveis em até 80 por cento do corpo, disse ele, citando relatos de sobreviventes.