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Grupos culturais de Nampula queixam-se de falta de fundos para implementação das actividades

Associações comunitárias de apoio à actividades sociais e grupos culturais que operam na cidade de Nampula, seis dias depois do presente ano, queixam-se da falta de organizações nacionais e estrangeiras capazes e que estejam interessadas em apoiar as suas actividades de apoio às pessoas vulneráveis e com necessidades.

Uma ronda levada a cabo pela nossa equipa na cidade de Nampula constatou que diversas associações de jovens e idosos, grupos culturais já estão a encerrar as portas e a paralisar com as actividades por falta de apoio, pois a maioria estava ligada ao apoio à pessoas com problemas de velhice e HIV/Sida. Dos grupos culturais, soubemos que os que estão a encerrar as suas portas são, na sua maioria, as que estavam ligadas à prevenção e combate ao HIV/sida, direitos humanos, meio ambiente, promoção da educação a raparigas formação, promoção, inovação, restauração e divulgação da dança tradicional e contemporânea originária da província de Nampula e da região norte do país.

Associações e grupos culturais que fecharam as suas portas devido à falta de fundo e que a nossa reportagem teve acesso são AJUDEMO, ACAMO, Associação de Mulheres de Combate a pobreza Urbana e Rural, Jovens com Visão, AJALCON, Rede de Associações de Combate a Droga, Associações de Músicos e de Escritores todas de Nampula, ANECA, associação ligada ao meio ambiente nas escolas primárias de Muatala e Cossore, ADECOR, Associação Para o Desenvolvimento das Comunidades Rurais entre outras.

Grupos culturais e Associações ao nível da urbe que estão na eminência de desaparecer ou fechar as portas por falta de fundos são Orade, Ephatho Naconga, Estrela vermelha de Namicopo e de Muatala, estas duas de n’sope e tufo. Este número é apenas um exemplo, visto que ainda há grande número de organizações comunitárias que fecharam as portas por falta de fundo para manter o seu leque de actividades.

João Sualehé, responsável das Actividades do grupo cultural Casa Velha, da cidade de Nampula, em contacto com o @Verdade apontou a questão financeira como uma das questões que leva com que a maioria das organizações fechem as portas, além da questão da gestão danosa de fundos que muitas das associações beneficiam de organizações não governamentais nacionais e estrangeiras. João Sualehé fez-nos saber que grande parte das associações que fecharam as portas, são aqueles que tinham sido criadas por ganância de dinheiro que muitos organizações estrangeiras drenavam, mesmo sem plano concretos de actividades.

Alias muitas dessas associações fecharam as portas meses depois que receberam os devidos fundos. Sualehé fez nos saber que há responsáveis de associações ou mesmo membros que logo que receberam os fundos abandonaram a cidade de Nampula e que até hoje estão a ser procurados pela justiça. António Mutoa, director executivo provincial da Associação Nacional de Extensão Rural de Nampula (AENA), disse que a questão de associações em Moçambique começa logo com Acordo Geral de Roma, e porque existiam tantos projectos que escolhiam Moçambique para promover a cidadania, democracia e direitos humanos, razão que fez com que houvesse associações fictícias que não tinham nada para fazer.

“Nesta fase cada cidadão criava uma associação recebia e porque a preocupação era dinheiro muito recebiam e sumiam das cidades”, afirmou. Mutoa acrescentou dizendo que hoje não são precisas associações sem planos concretos daí que a solução de muitas é encerrar as portas porque andavam graças aos apoios externos e que não tinham a componente de rendimento ou mesmo reembolso dos fundos, daí que a maioria daqueles projectos ou associações nunca voltaram a existir em Moçambique e nem em qualquer parte do mundo.

João Box, coordenador da Orade, Associação de Apoio a Crianças Órfãs e Vulneráveis, defende que a maioria das associações e grupos culturais estão a encerrar as portas porque a nível da província de Nampula, não organizações fortes que financiem sem autorização da sede. “Todas organizações quer nacionais assim como estrangeiras têm sempre sede na capital do país, e não na cidade da Beira muito menos cá na cidade de Nampula, daí que aqui não se financia nada sem autorização da sede da empresa que muitas vezes acabam levando projectos de pessoas desta região para serem implementados na cidade e província de Maputo”.

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