O grupo da Al Qaeda no Norte da África convocou os argelinos a revoltarem-se contra a elite no poder e boicotar as eleições parlamentares, próximo mês, descrevendo a votação como uma “cirurgia plástica”, numa mensagem de áudio colocada na Internet.
O país exportador de energia é o único no norte da África cujo sistema político ficou praticamente intocado pelos levantes da Primavera Árabe, que destronaram governantes autocráticos na Tunísia, Egito e Líbia.
O governo adoptou algumas medidas para afrouxar restrições políticas, suspendendo o estado de emergência que durava havia 19 anos, autorizando a criação de novos partidos políticos pela primeira vez em mais duma década e convidando monitores da União Europeia para observar as votações no dia 10 de Maio.
Porém, o chefe da Al Qaeda no Magreb Islâmico (AQIM), Abu Musaab Abdel-Wadud, disse que estas e outras reformas eram apenas “fachada”, produto duma “panelinha política degenerada, desesperada para manter-se no poder, numa gravação intitulada “Boicote à Farsa da Eleição”.
“Estas eleições não trarão a mudança real que é procurada, em vez disso serão como cirurgia plástica, com o objectivo de dar falsa legitimidade a este grupo de corruptos e corruptores”, disse Abdel-Wadud na mensagem com duração de 21 minutos, divulgada em fóruns islâmicos na Internet, esta Segunda-feira.
A autenticidade da gravação não pôde ser verificada de forma independente. A Argélia, membro da Opep, é um dos maiores produtores de gás e um aliado crucial de governos do Ocidente na luta contra a AQIM na região da parte sul do deserto do Saara.