Mais de mil mineiros grevistas agitando paus e chicotes fizeram um protesto nesta quarta-feira diante da mina Marikana, onde a polícia matou 34 manifestantes no mês passado, no mais violento incidente desse tipo desde o fim do regime racista do apartheid, em 1994.
Dezenas de policias foram deslocados até o local, e um helicóptero sobrevoava os protestos dos operadores de perfuradoras, que há quase um mês pararam de trabalhar para reivindicar um aumento salarial.
“Queremos 12.500 ou nada”, dizia um cartaz levado à frente das manifestações. A cifra de 12,5 mil rands (cerca de 40 mil Meticais) mensais representa mais do que o dobro do atual salário-base.
Outro manifestante disse, sem se identificar, que o grupo pretendia ir até a vizinha mina de Karee para “retirar as pessoas que estavam a trabalhar na galeria da mina”.
A Marikana é a principal mina de platina da empresa britânica Lonmin, que por sua vez responde por 12 por cento da produção mundial desse metal.
As negociações da Lonmin com os sindicalistas e o governo seriam retomadas ainda nesta quarta-feira na cidade de Rustenburg, mas a passeata indica que as chances de sucesso são ínfimas.
A cotação mundial da platina já subiu mais de 10 por cento desde o confronto de 16 de agosto. As ações da Lonmin nas Bolsas de Johanesburgo e Londres desvalorizaram-se mais de 15 por cento.