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Grécia forma governo interino para preparar novas eleições

Líderes políticos reúnem-se, esta Quarta-feira, para formar um governo interino que comande a Grécia até umas novas eleições, as segundas em pouco mais dum mês, num momento em que a continuidade do país na zona do euro parece cada vez mais em dúvida, o que causa repercussões financeiras no mundo todo.

Nove dias depois dumas inconclusivas eleições, os partidos gregos, divididos entre o apoio e a rejeição ao impopular pacote de ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional ao país, desistiram de montar uma coligação, abrindo caminho para uma repetição do pleito.

As pesquisas mostram que o eleitorado está irritado por causa dos cinco anos de recessão, do desemprego recorde e dos cortes salariais dos últimos tempos. Esse sentimento acentuou-se desde a votação de 6 de Maio, e o partido radical esquerdista Syriza tem, segundo as pesquisas, chances de vencer as eleições com a sua plataforma de rejeição ao pacote financeiro internacional.

Os analistas não descartam, porém, que o ambiente político volátil resulte novamente num Parlamento fragmentado.

As autoridades do Banco Central Europeu e de governos nacionais do continente ameaçam parar de financiar a dívida grega se o país escolher um governo que rejeite as medidas de austeridade previstas no pacote de resgate financeiro.

Mas muitos gregos dão de ombros para essa ameaça e não vêem contradição entre o seu arraigado desejo de permanecer na zona do euro e a sua oposição às condições impostas pela UE e o FMI.

“Há um pouco de esquizofrenia na nossa sociedade actualmente. As pessoas querem permanecer na Europa, ter o bolo, mas também querem comê-lo, ao atacarem os credores”, disse Theodore Couloumbis, da entidade ateniense de pesquisas Eliamep.

“Muita coisa depende de o povo grego nessas eleições repetidas votar com raiva e paixão ou esfriar a cabeça, reflectir e ver, na prática, as reais escolhas. A escolha é entre o mau e o pior.”

Os líderes partidários vão reunir-se com o presidente Karolos Papoulias a partir das 13h para montar o governo provisório.

Não estava claro, esta Terça-feira, quem participaria nesse gabinete, cuja principal tarefa será organizar as novas eleições, as terceiras em três anos na Grécia.

Num sinal do agravamento da crise, a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, tornou-se a mais nova autoridade internacional a falar abertamente sobre a possibilidade de exclusão grega do euro, o que antes era um tabu.

Ela disse que é importante estar tecnicamente preparado para tal hipótese, e alertou que a eventual saída grega da moeda única seria “bastante confusão”.

As bolsas europeias caíram ao seu menor nível do ano por causa da crise grega, e os operadores temem novas quedas nos próximos dias, por causa do temor de contágio para outras economias endividadas da UE, inclusive Espanha e Itália.

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