Os países europeus decidiram esta quinta-feira reforçar ainda mais a vigilância sobre a Grécia, colocando o país sob a tutela não apenas de Bruxelas, mas também do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI). A Comissão Europeia “vigiará estreitamente” a aplicação por Atenas das medidas decididas para reduzir seu déficit, segundo uma declaração conjunta assinada pelos chefes de Estado e de governo dos 27 países da UE em Bruxelas.
Este monitoramento será feito “em ligação com o BCE, e proporá as medidas suplementares necessárias apoiando-se na perícia técnica do FMI”, diz o documento, destacando que “a primeira avaliação está prevista para março”. A delegação alemã insistiu muito nesta tripla tutela durante a reunião desta quinta-feira em Bruxelas.
Os países europeus elogiaram o fato de o primeiro-ministro grego, George Papandreu, ter prometido “tomar todas as providências necessárias, inclusive medidas suplementares, para reduzir o déficit orçamentário em quatro pontos percentuais em 2010”. “Cabe ao governo grego resolver os problemas financeiros do país”, comentou depois da cúpula o presidente da UE, o belga Herman van Rompuy. “Alguns aspectos desta declaração devem ser executados nos próximos dias e nas próximas semanas”, insistiu.
O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, saudou a atitude do governo da Grécia, e confirmou que a entidade “trabalhará com a Comissão para monitorar a aplicação dos compromissos assumidos pelas autoridades gregas e para elaborar as medidas suplementares que seriam necessárias”. “Gostei do compromisso assumido pelos países membros do Eurogrupo de coordenar, se for necessário, eventuais ações para preservar a estabilidade financeira da zona euro”, acrescentou.
Atenas comprometeu-se a reduzir seu déficit público em quatro pontos percentuais este ano em relação a 2009, quando atingiu 12,7% do Produto Interno Bruto.