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Grandes projectos contribuem com apenas 9% do PIB

Não obstante o facto de efectuarem elevados volumes de exportações, os grandes projectos apenas contribuíram com 9% do Produto Interno Bruto (PIB), em média nos últimos cinco anos, por beneficiarem de elevados benefícios fiscais.

Aliado a isso está o facto dos megaprojectos colocarem as suas receitas fora do sistema financeiro nacional, “o que não tem contribuído para o aumento da poupança doméstica, pública e privada que seria relevante para reduzir a dependência externa de Moçambique à poupança externa”, enfatiza o Banco de Moçambique (BM) num estudo recente sobre os determinantes, sustentabilidade e competitividade da Conta Corrente de Moçambique.

Acrescenta o documento do banco central moçambicano que se nota que o elevado crescimento das exportações dos grandes projectos não tem propiciado a expansão dos outros sectores da economia dada a sua fraca ligação com os mesmos, “donde resulta um baixo efeito multiplicador sobre o PIB e o rendimento nacional”.

O BM realça a seguir que a posição externa de Moçambique “é dual”, dado o facto de, quando incluída a contribuição dos grandes projectos, a Conta Corrente mostrar sinais de sustentabilidade no curto e médio prazos, para além de o sector externo mostrar sinais de reacção às medidas de política económica que têm vindo a ser introduzidas.

Défice estrutural Relativamente ainda à análise da dinâmica e determinantes da Conta Corrente, o documento do BM sublinha que o país apresenta défices estrutural e sistemático que conduzem a um cenário de dependência ao financiamento externo, tanto das despesas do Estado como das importações, realçando a seguir que a expansão do défice é explicada pelo padrão da Conta Parcial de bens e serviços, representando este um peso de 85% da mesma conta, contra 15% dos serviços.

Em períodos anteriores a 2002, os grandes projectos contribuíram para a expansão do défice, cenário invertido desde 2003, “e tem vindo a amortecer o défice da Conta Corrente total em percentagem do PIB numa média anual de 4% nos últimos cinco anos”, refere o documento do BM ainda fazendo análise da dinâmica e determinantes da Conta Corrente. Refira-se que, entre 2002 e 2008, Moçambique importou bens e serviços, excluindo grandes projectos, num valor médio anual de 2375 milhões de dólares, contra exportações de apenas cerca de 907 milhões de dólares.

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