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Governo precisa ter visão nacional

O Membro da Assembleia Municipal da Beira e Chefe da Bancada da Renamo no mesmo órgão, Noé Marrembique, defende uma visão nacional por parte do Governo que permita atrair o investimento para todo o território nacional.

Noé Marrembique afirmou que a Cidade da Beira está a ser discriminada pelo Governo, para justificar o fraco nível de desenvolvimento que caracteriza a urbe, sobretudo em relação a outras cidades importantes do País, nomeadamente Maputo (Sul) e Nampula (Norte).

Com uma localização estratégica, a Cidade da Beira desde sempre foi considerada a segunda do País em termos de importância económica, mas nos últimos anos tende a perder esse privilégio em beneficio da Cidade de Nampula, historicamente considerada a terceira na mesma ordem de importância. Mesmo em relação a Maputo, que representa a capital do País, importa referir que a Cidade da Beira, igualmente conhecida por Cidade do Futuro, já chegou a registar um ritimo de desenvolvimento mais acelerado, mas o cenário hoje virou completamente.

Falando numa entrevista ao nosso jornal, onde abordamos questões relacionadas com o estágio de desenvolvimento da Cidade da Beira e o nível de desempenho das autoridades municipais locais, o representante dos autarcas beirenses referiu que a capital provincial de Sofala em relação a Maputo e Nampula está a ser bastante prejudicada devido a falta de investimentos. “São poucos investimentos sérios que tem sido direccionados para a Cidade da Beira” – afirmou o entrevistado, para quem o Governo precisa ter uma visão nacional e criar politicas claras que não criam obstáculos para as pessoas que pretendem investir numa determinada área, exemplificando o caso da Beira.

Entendendo que grande parte dos investimentos vêem de fora, Noé Marrembique denunciou que quando estes chegam ao País o Governo trata de direcciona-los logo para Maputo ou para Nampula, em detrimento da Beira e de outras cidades moçambicanas. Revisitando os dados estatísticos referentes ao ambiente de investimento no País em 2009, constata-se que dos 250 projectos autorizados pelo Governo no mesmo ano, a Cidade e Província de Maputo com 137 (mais de metade) foram os maiores beneficiários.

De acordo com os mesmos dados, os 250 projectos autorizados pelo Governo no ano passado estiveram orçados em cerca de seis biliões de dólares norte americanos, com perspectiva de emprego de 26.758 trabalhadores moçambicanos. Quanto ao emprego, os dados em nosso poder destacam a Província de Nampula que absorveu 30,35%, Maputo Província 15,67% e Cidade de Maputo 15,17% dos 26.758 postos de trabalho previstos. As províncias de Maputo e de Nampula e a Cidade de Maputo só registaram relativa desvantagem em relação ao volume de investimento aprovado.

A primeira posição ficou para a Província da Zambézia com 40,92% do investimento aprovado, seguida de Nampula com 40,10% e a Cidade de Maputo com 6,19%. As posições são justificadas pela localização dos grandes projectos agro-industriais direccionados para essas regiões, nomeadamente, Lúrio Green Resources em Nampula e Portucel Moçambique na Zambézia. Para a cidade de Maputo, a terceira posição deve-se ao maior número de projectos aprovados.

A Provincia de Sofala, cuja capital é Cidade da Beira, com dezassete projectos ficou em quinto lugar depois da Cidade de Maputo, Província de Maputo, Provincia de Gaza e Provincia de Nampula. Em termos de volume de investimento ocupou a quarta posiçao, depois da Zambézia, Nampula e Cidade de Maputo. Quanto ao emprego foi a quinta beneficiáraia, depois de Nampula, Maputo Província, Maputo Cidade e Zambézia. Para Noe Marrembique, não é que falte capacidade local para atracção de investimentos, falta sim uma política transparente de desenvolvimento e uma visao nacional por parte do Governo.

Indicou que a Cidade da Beira é preferencialmente turística e reúne todos os atractivos necessários. “Para quem conheceu antes a Cidade da Beira, aqui tínhamos uma indústria hoteleira muito forte, vinham muitos visitantes de fora. Aqui também tínhamos muitas empresas…portanto, atractivos não faltam na Beira” – concluiu.

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