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Governo Flamengo tenciona concentrar ajuda na saúde

O Governo Flamengo (região norte do Reino da Bélgica) tenciona retirar o apoio disponibilizado a várias áreas de actividades em Moçambique e concentrar todos os seus recursos na saúde.

Flamengo é um dos governos regionais da Bélgica (os outros são Bruxelas e Walone) com que Moçambique coopera, estando a apoiar projectos nas áreas da desminagem, educação profissional e vocacional bem como a de saúde, na componente de prevenção do HIV/SIDA O apoio canalizado para apoiar projectos nestas três áreas é de cerca de cinco milhões de euros anuais.

Falando na quarta-feira na Universidade de Ghent, por ocasião da visita da Primeira- Dama moçambicana, Maria da Luz Guebuza, a representante do Governo de Flamengo, Anne Autreve, disse que a área da saúde constitui uma prioridade para aquela região. “Ainda estamos a negociar com o Governo moçambicano (através da Embaixada de Moçambique no Reino da Bélgica), mas temos uma proposta para concentrar o nosso apoio na área da saúde”, disse ela, adiantando que com isso não será alterado o valor de financiamento canalizado a Moçambique.

Autreve disse ter visitado a província de Tete, centro de Moçambique, onde testemunhou os desafios enfrentados pelas autoridades sanitárias e pelas mães para darem partos seguros. Ela saudou os esforços dos profissionais da saúde e prometeu que o Governo de Flamengo vai dar o seu apoio para a redução dos casos de mortalidade infantil. A Universidade de Ghent alberga a sede do International Centre For Reproductive Health (Centro Internacional de Saúde Reprodutiva, ICRH), uma instituição belga criada em 1994 para contribuir para uma melhor saúde sexual e a promover como um direito humano.

Nesse contexto, o ICRH tem projectos na América Latina e em alguns países africanos, incluindo Moçambique, Africa do Sul e Quénia. Em Moçambique, esta iniciativa possui um programa de cooperação institucional inter-universitário (DESAFIO) com a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a maior e mais antiga instituição do ensino superior em Moçambique, e dois projectos ligados a área de combate ao HIV/SIDA na província de Tete.

O programa DESAFIO visa capacitar a UEM como um actor principal de desenvolvimento promovendo a saúde reprodutiva na sociedade e contribuir no combate ao HIV/SIDA. Essa iniciativa, que surge numa instituição cuja comunidade não está directamente envolvida em acções de combate ao HIV/SIDA, tem a componente de concessão de bolsas de estudo de mestrado (na Bélgica) para profissionais moçambicanos do sector da saúde.

Por outro lado, um dos projectos implementados na província de Tete visa prevenir a transmissão do vírus da SIDA da mãe para o bebé e o segundo (desenvolvido na vila de Moatize), na mesma província, tem por objectivo sensibilizar as trabalhadoras de sexo e os camionistas a pautarem pelo sexo seguro. Todos esses projectos têm a duração de cinco anos e estão agora no seu terceiro ano de implementação. Na sua intervenção por ocasião da visita a esta universidade, Maria da Luz Guebuza enalteceu a importância destes projectos de cooperação e o seu impacto na redução dos casos de mortalidade infantil.

Assim, ela apelou aos responsáveis por estas iniciativas para analisarem a possibilidade de se prolongar o período de implementação destas iniciativas no país com vista a beneficiarem a mais pessoas. Por seu turno, a presidente do ICRH, Marleen Temmerman, disse apreciar as actividades desta iniciativa em Moçambique. “Também trabalhamos em alguns países africanos, mas apreciamos as actividades desenvolvidas em Moçambique porque lá temos maior colaboração dos parceiros”, disse ela.

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