O Ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Paulo Zucula, afirmou, Quinta-feira, na cidade da Beira, que as condições actuais que caracterizam o funcionamento do Porto da Beira não permitem o governo estabelecer nele um regime franco.
No entanto, o governante não afastou a possibilidade de tratar-se de uma matéria que pode ser objecto de debate. Paulo Zucula reagia a uma questão colocada pelo nosso jornal, sobre a sua sensibilidade em relação a preocupação de certo sector empresarial na Beira que defende o governo devia transformar o Porto da Beira numa zona franca, o que poderia conferir maiores vantagens comparativas relativamente a outros portos nacionais e da região.
O Ministro explicou o maior problema que retrai o governo para declarar a Beira um porto franco se deve ao facto de o mesmo operar mais como um porto de trânsito, uma situação diferente de Nacala que se estabeleceu como um destino.
“Fazer um porto franco num porto de trânsito acaba favorecendo os outros do que propriamente os interesses nacionais” – afirmou Paulo Zucula, recordando mais de sessenta por cento da carga que passa pelo Porto da Beira é dos países vizinhos, nomeadamente Zimbabué, Zâmbia, Malawi, Botsuana e República Democrática do Comgo.
“Portanto, tomarmos uma decisão de transformar o Porto da Beira numa zona franca estaríamos a correr o risco de abrir um porto para beneficiar interesses de outros países do que necessariamente dos nossos” – afirmou.
Alguns empresários que actuam na cidade da Beira tem defendido o governo devia declarar também o Porto da Beira como um porto franco, o que permitiria atrair muitos investidores para esta região do país.
Criando condições para atrair muitos investidores em torno do desempenho portuário da Beira seria uma boa maneira de compensar os investimentos que tem sido feiro pelo governo.