O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) acusa o Governo da Frelimo e a partido Renamo, ambos signatários do Acordo Geral de Paz (AGP), de estarem mais preocupados em defender e impor os seus interesses, ao invés de buscar uma solução para a tensão política que se vive no País.
Luís Boavida, secretário-geral deste movimento político, justificou essa posição alegando que os dois partidos, no âmbito da crise política do país, afirmarem estar, por um lado, abertos ao diálogo, mas em contrapartida, apresentarem entre eles condicionalismos que sabem que o outro não vai aceitar.O Governo impõe o desarmamento dos homens da Renamo, e este, por sua vez, quer que sejam retiradas, em Gorongosa, onde se encontra o seu líder, todas as forças de defesa e segurança.
“Um diz estar aberto ao diálogo mas impõe como condição o desarmamento das forças da Renamo. É estranho porque o líder da Frelimo (Armando Guebuza) foi negociador chefe do Governo da Frelimo em Roma e aceitou que esses homens existissem e das primeiras eleições, em 1994, até hoje passam 20 anos e ele foi sempre quadro sénior da Frelimo e seus sucessivos governos e não fez nada para chegar a um acordo com o outro beligerante para um desarmamento pacífico”, argumentou, ajuntando que “o outro apresenta como pré-condição a retirada do exército e da polícia na zona onde se encontra e residir”.
O MDM entende, no entanto, que o “comportamento dos dois beligerantes” apenas demonstra que eles estão preocupados em defender seus interesses, mesmo que isso resulte no derramamento de sangue e destruição de bens de cidadão inocentes.