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Governo e Renamo ensaiam consenso nas negociações

Depois de duas semanas de interregno, as delegações do Governo moçambicano e da Renamo voltaram à mesa do diálogo político esta segunda-feira (30) e alcançaram o que classificam de “consensos parciais”. Todavia, prevalece o impasse em relação à paridade no Exército, do mais baixo ao mais alto escalão.

Em sede do diálogo, as partes concordaram sobre a necessidade da cessação imediata de confrontos no centro do país e sobre a concretização do encontro entre o Presidente da República, Armando Guebuza, e o líder da “Perdiz”, Afonso Dhlakama, que supostamente se encontra em parte incerta desde Outubro passado.

As partes concordaram ainda sobre a pertinência de haver observação e monitoria em todo o processo de cessação das hostilidades e observância de reinserção social e económica dos desmobilizados da Renamo.

No entanto, esses pontos só poderão ser implementados quando os termos de referência estiverem concluídos. Espera-se que os confrontos armados que têm ceifado dezenas de civis e militares das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).

Paridade Exército ainda gera discórdia

A contrariar suposto espírito de concórdia que reinou no Centro Internacional de Conferência Joaquim Chissano (CICJC), a Renamo insiste que pretende ver os seus guerrilheiros integrados no Exército moçambicano sob observância do princípio de paridade, ou seja, metade dos homens das Forças de Defesa e Segurança (FDS) deverão ser da Renamo e a outra metade do Governo.

Aliás, a Renamo pretende que haja “unificação” de todas as FDS e que sejam seus guerrilheiros a ocuparem os postos de liderança, desde o escalão mais baixo ao mais elevado, proposta que o Governo rejeita veementemente.

O partido liderado por Dhlakama defende, também,  que as questões relacionadas com a composição, organização e funcionamento das FDS sejam discutidas no ponto dois da agenda do diálogo político (Defesa e Segurança).

O chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiane, esclareceu, no fim do encontro desta seguda-feira, que os consensos alcançados evidenciam a existência de um trabalho significativo na mesa de negociações. Contudo, ele adverte que não se pode com isso “pensar que houve avanços significativos porque o essencial ainda não foi concluído”.

Macuiane disse que espera que nos próximos dias se conclua esta matéria de modo a se garantir que haja paz no país. “Nós ficámos sem compreender as decisões do Governo porque no dia 09 de Junho havia indicação de que iríamos adoptar os termos de referência, mas, hoje, ele (o Executivo) recuou nalguns pontos que já tínhamos alcançado alguns consensos. O Governo recuou sobre aspecto que já eram consensuais.”

Por sua vez, o chefe da delegação do Executivo e também ministro da Agricultura, José Pacheco, lamentou o facto de não haver consensos sobre a desmilitarização da Renamo, por este não aceitar incluir este ponto nos termos de referência.

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