Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

 
ADVERTISEMENT

Governo de Nyusi não explica como vai gastar mais de 36 biliões de meticais

Governo de Nyusi não explica como vai gastar mais de 36 biliões de meticais

O Orçamento de Estado revisto pelo Governo de Filipe Nyusi, e aprovado pelos deputados do partido Frelimo na Assembleia da República, tem inscritos 36,4 biliões de meticais para gastos não especificados. Este montante poderá ter sido previsto para pagar o empréstimo da Mozambique Magement Asset(MAM), ilegalmente avalizado pelo Estado em 2014.

Na passada quinta-feira(28), discursando na conferência anual do sector privado o Presidente Filipe Nyusi reconheceu que Moçambique atingiu “um nível de risco elevado de sobre endividamento” contudo o Orçamento de Estado rectificativo que o seu Executivo aprovou no Parlamento prevê que o País possa endividar-se em mais 26,1 biliões de meticais.

Questionado pelos deputados dos partidos de oposição o Governo não explicou que Garantias e Avales pretende emitir durante o exercício financeiro de 2016.

Além deste montante também é desconhecida a finalidade dos 10,3 biliões de meticais que o Governo inscreveu na rubrica de “Demais Despesas Correntes” do Orçamento revisto para este ano.

Recordando que a empresa estatal Mozambique Magement Asset(MAM) tem a primeira amortização do seu empréstimo de 535 milhões de dólares norte-americanos em atraso, desde 23 Maio, junto do banco russo VTB é plausível julgar que parte destes biliões inscritos no Orçamento de Estado rectificativo de 2016 poderá ser usado para pagar os credores que podem accionar a Garantia emitida pelo Estado em 2014.

O valor poderá ser ainda usado para assumir como dívida Pública a totalidade da dívida desta empresa, criada em 2014, que tem como accionistas a empresa GIPS (Gestão de Investimentos, Participações e Serviços, Limitada), uma entidade participada pelos Serviços Sociais do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE), com 98% , a Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM) – que também é participada pela GIPS em 33% -, e a Proindicus com o restante 1% – outra empresa participada pela GIPS em 50%.

É que ao contrário da EMATUM e Proindicus que com os empréstimos que contraíram adquiriram algum património visível, nomeadamente barcos de pesca e embarcações de vigilância marítima, a MAM não tem nenhum bem físico que possa ter custado mais de meio bilião de dólares.

Dobro da unidade nacional e paz, triplo do emprego e competitividade

Diga-se que estes 36,4 biliões de meticais são superiores a todo orçamento previsto para as despesas de funcionamento e investimento dos distritos em 2016 e equipara-se ao total orçamentado o funcionamento e investimento em todas as províncias.

Este montante que o Governo de Nyusi não explica a finalidade é três vezes superior o orçamento previsto gastar na promoção de emprego, melhorar a produtividade e competividade, 11,1 biliões de meticais é o total que será gasto nesta que é uma prioridade do próprio Executivo.

O valor representa ainda o dobro do total previsto na primeira prioridade do Governo de Filipe Nyusi, “consolidar a Unidade Nacional, Paz e Soberania, que tem um custo estimado em 17,9 biliões de meticais durante o corrente ano.

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

error: Content is protected !!