A cidade de Quelimane, capital provincial da Zambézia, parou, esta Segunda-feira, para acolher o lançamento do Plano Estratégico para o Desenvolvimento da Zambézia (PEDZ) 2011-2020.
É um documento em que o governo da Zambézia traça a vida da população para os próximos 10 anos. O documento tem 4 pilares, sendo eles o desenvolvimento do capital humano e social, crescimento e desenvolvimento económico, boa governação, descentralização, combate a corrupção e promoção da cultura de prestação de contas e assuntos transversais.O documento tem cerca de 135 paginas com escritos que exigem uma leitura minuciosa para serem compreendidos. No acto do lançamento deste documento, o governador da Zambézia, Francisco Itai Meque, sublinhou que o PEDZ 2011-2020 é um documento orientador daquilo que a província quer nos próximos anos, por isso a sua implementação é mais do que uma obrigação.
Na ocasião, o governador Itai Meque, frisou que o PEDZ versa aquilo que as populações desta província anseiam, razão pela qual, a agricultura está vincada, neste documento, sem reservas.
Oradores tocam na ferida
Quando numa cerimónia como aquela vê-se pessoas como o Prof. Dr. Firmino Mucavel, docente universitário com créditos firmados, o Dr. Abdul Carimo, director da UTREL e um crítico nato do sistema, logo a prior, era imperioso prestar atenção no que seria dito.
Depois de longas apresentações do director adjunto das Finanças, Graciano Artur, e da própria directora Joaquina Gumeta, chegou a vez de fazer análises criticas do pilar sobre crescimento e desenvolvimento económico, foi ao podia o Dr. Firmino Mucavel.
No seu jeito característico, Mucavel começou por fazer a radiografia do que a província da Zambézia possui em termos de recursos agrários para depois começar com as suas sentenças. Uma das sentenças com que Mucavel deixou a sala gelada foi de que a província deve começar a produzir e gerir os seus recursos para os que estão aqui.
Na sua linguagem nua e crua, Mucavel disse que “primeiro a Zambézia deve ser para os zambezianos” – fim de citação. A fonte mostrou com A+B que as riquezas desta província devem, em primeiro lugar, beneficiar os que estão aqui, e só depois é que se pode pensar em dar os outros.
“Não podemos pensar em Nampula, Maputo, só para dar exemplo, antes que a população da Zambézia tenha algo para comer” – disse o orador.
Uma outra coisa que se retive do Prof. Dr. Firmino Mucavel é sobre o dito crescimento de 7% que a província da Zambézia diz almejar. Conforme aquele orador, a província não pode se contentar com os ditos 7%, ela pode até duplicar, olhando as potencialidades que a Zambézia possui.
Entretanto, a fonte não deixou de elogiar a forma como o governo da Zambézia coloca a agricultura no topo das suas agendas neste PEDZ.
Abdul Carimo, outro crítico
Como é sabido, Abdul Carimo, director da UTREL (Unidade Técnica da Reforma Legal), não vê com bons olhos o funcionamento das instituições públicas. Carimo apresentou argumentos claros sobre como vai a máquina administrativa no país, tendo mostrado que os funcionários públicos ainda não estão sensibilizados com o desenvolvimento do país.
Isto porque, conforme aquele orador, os Balcões de Atendimento Único (BAU), estão longe de desempenharem o seu papel. Naqueles balcões, os investidores encontram muitas burocracias quando pretendem abrir uma empresa.
Foi dai que Carimo recorreu a vários documentos que colocam o nosso país na “cauda” no concernente a índices de competitividade e ambiente de negócios.
Enfim, estas críticas todas visam dar luz ao governo da Zambézia para que o PEDZ não seja mais um documento elaborado e deixado a solta como outros tantos.
Soltas do PEDZ
Um dos grandes males vistos aquando do lançamento do PEDZ naquela sala do Banco de Moçambique, foi o corte de energia. Não aconteceu apenas por uma vez. Repetiu-se tanto, mas graças ao gerador daquele banco emissor, conseguiu-se respirar.
No lado de fora, os munícipes de Quelimane ficaram privados de energia eléctrica por muito tempo, mas, como sempre, não houve nenhuma justificação da empresa fornecedora de energia no país. Outro detalhe é o consumo de água de Namaacha. Parecem pequenas coisas, mas têm grande significado para uma província como Zambézia, com nascentes a jorrarem boa água.