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Governo corta orçamento da Federação de Atletismo e associações provinciais não prestam contas

O atletismo moçambicano continua a ser, de longe, a modalidade mais bem-sucedida a nível internacional. O presidente da Federação Moçambicana de Atletismo, Ahmad Shafee Sidat, numa entrevista concedida ao @Verdade, declarou que o ano 2014, na modalidade de que ele é o homem forte, foi positivo apesar da falta de cooperação das associações provinciais e do corte do orçamento por parte do Governo.

No seu estilo característico, de falar sem rodeios, Shafee Sidat referiu-se às realizações do atletismo moçambicano durante o ano 2014, sem se esquecer das associações provinciais que continuam a não andar de mãos dadas com a Federação Moçambicana de Atletismo, no que tange à prestação de contas.

Para o nosso entrevistado, em comparação com 2013, o ano transacto foi positivo, mas a redução do orçamento que era alocado à modalidade condicionou a forma de trabalhar do seu elenco.

“O ano 2014 foi positivo. Os atletas nacionais conseguiram apresentar uma excelente performance a nível nacional e internacional. Conseguimos realizar algumas formações de quadros, porém não conseguimos cumprir as promessas que fizemos às associações províncias devido ao corte do nosso orçamento, que é pouco, e quando cortado torna-se mísero”.

Com a redução do valor alocado pelo Ministério da Juventude e Desportos, a Federação Moçambicana de Atletismo foi obrigada a pedir ajuda a parceiros e amigos. “Todas as actividades agendadas foram cumpridas graças ao apoio dos nossos parceiros e alguns membros da FMA que tiraram dinheiro dos seus próprios bolsos para que as acções fossem realizadas. Todavia, não conseguimos garantir na totalidade o apoio devido às associações provinciais”.

“Jogos Africanos e formação são as prioridades para o presente ano”

No ano transacto, a Federação Moçambicana de Atletismo apos- tou mais na formação e para o presente, segundo Shafee Sidat, a actividade vai continuar prioritária, incluindo a participação do combinado nacional nos Jogos Africanos de Congo Brazzaville.

“Queremos ter raízes profundas para segurar bem o tronco e os frutos, por isso voltaremos a apostar na formação e, também, na nossa participação nos Jogos Africanos, visto que o atletismo tem apresentado bons resulta- dos nesta competição”.

Ciente de que o atleta precisa de competições para melhorar as suas marcas, a Federação Moçambicana de Atletismo prevê organizar várias provas a nível interno de modo a incutir mais rodagem nos fazedores da modalidade.

“Vamos organizar várias competições em todas as associações provinciais, apesar do elevado estado de degradação das pistas nas províncias, sem contar com o Campeonato Nacional que este ano será realizado na província de Sofala”, declarou Sidat para depois acrescentar que “para preparar os nossos atletas para os Jogos Africanos temos uma parceria com o Comité Olímpico de Moçambique e vamos participar nas provas nacionais nos países da zona Austral para colmatar o défice de competições a nível nacional, uma vez que algumas associações, apesar de terem recebido fundos, não chegaram a organizar nenhuma competição no ano passado”.

“São três os atletas que beneficiam de bolsas”

Questionámos o nosso interlo- cutor sobre o assunto das bolsas que tem gerado alguma polémi- ca no seio dos fazedores da modalidade, mas Shafee Sidat foi parco em palavras.

“No passado na modalidade de atletismo tínhamos apenas um atleta bolseiro, o Kurt Couto, mas no presente Alberto Mamba e Creve Machava foram, também, beneficiados. No atletismo é muito fácil escolher um atleta porque apoiamo-nos nas marcas, diferentemente das outras modalidades em que um atleta pode usar as suas influências para ganhar a bolsa”.

“Mantenho a minha posição sobre os Jogos Olímpicos”

Depois de tomar posse como presidente da Federação Moçambicana de Atletismo, Shafee Sidat defendeu que nenhum atleta na modalidade por ele presidida iria para os Jogos Olímpicos para passear, ou seja, sem os mínimos.

Questionado sobre se mantinha tal ideia, aquele dirigente disse: “A bandeira de Moçambique está bem erguida nos campeonatos mundiais assim como nos Jogos Olímpicos. Se os atletas tiverem os mínimos exigidos têm o direito de participar na competição, e se não conseguirem obtê-los vão continuar a tentar para ver se participam na outra edição. É uma obrigação olímpica participarem todos os países, mas não levaremos atletas sem os mínimos”.

“Mesmo fora da FMA vou cumprir a promessa que fiz às associações provinciais”

Faltam dois anos para o fim do mandato do actual elenco da Federação Moçambicana de Atletismo, mas dificilmente Shafee Sidat vai concorrer para o segundo mandato. Contudo, ele declarou que mesmo fora da FMA vai cumprir a promessa de constriur uma sede própria para todas associações provinciais “Quando fui eleito presidente desta agremiação prometi a todas as associações provinciais construir uma sede própria desde o momento que elas consigam um espaço aprovado pelo município local. Mesmo que esteja fora da Federação Moçam- bicana de Atletismo, vou cumprir a promessa”.

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