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Governo confirma roubo de fundos do Estado

O governo da província de Nampula confirmou, terça-feira, a detenção de, pelo menos, cinco funcionários, maior parte dos quais pertencentes à Direcção Provincial do Plano e Finanças, indiciados no roubo de mais de onze milhões de meticais do erário público.

A confirmação foi feita ao nosso jornal pelo respectivo director, Tomás Armando Nhane, à margem dos trabalhos da 2ª sessão extraordinária da Assembleia Provincial que, desde ontem, procede a análise do informe do executivo sobre o balanço do Plano Económico e Social (PES) e o orçamento referente ao primeiro semestre e proposta do PES/Orçamento para o próximo ano.

Nhane escusou-se a entrar em detalhes, mas confirmou à nossa reportagem o encarceramento daqueles funcionários, num processo que decorre num ambiente de total secretismo.

Entretanto, a bancada da Renamo (partido da oposição) na Assembleia Provincial de Nampula, diz estar “muito preocupada” com os sistemáticos casos de desvio de fundos por parte de alguns funcionários do Estado e exige do governo provincial explicações plausíveis sobre os contornos desta situação e as medidas que estão a ser tomadas no sentido de travar esta prática delapidora.

Nós não podemos aprovar orçamentos para a concretização de projectos sócio-económicos da província para depois serem desviados para benefícios pessoais, para o enriquecimento fácil de um grupo de indivíduos sem escrúpulos, disse Faustino Licaneque, secundado por Pinoca Luxo, chefe daquela bancada, que criticou, igualmente, a alegada má governação, consubstanciada no fraco nível de ensino e aprendizagem, da deficiente prestação de serviços nas diversas instituições públicas e falta de medicamentos nas unidades sanitárias, com particular destaque para o Hospital Central de Nampula, a maior unidade sanitária de referência ao nível da região norte do país.

Por seu turno, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) exige esclarecimentos sobre a reiterada ocorrência de exploração e exportação ilegais de madeira, supostamente para abastecer o mercado asiático, enquanto a própria província debate-se com o grave problema de falta de carteiras em grande número das suas escolas.

Reagindo, Pedro Dzucula, director provincial da Agricultura, explicou que grande parte de madeira que transita em Nampula, em quantidades consideráveis, provêm das vizinhas províncias de Cabo- Delgado, Zambézia e Niassa.

As alegações daquele responsável não convenceram a maioria dos deputados da Assembleia Provincial que, visivelmente agastados, reafirmaram a sua convicção de que as enormes quantidades de madeira transportadas constantemente em camiões para o porto de Nacala provêm de abate ilegal em diversos distritos desta província de Nampula.

Refira-se, a propósito, que foram apreendidos, recentemente, naquela cidade portuária cerca de 500 contentores já acomodados em navios prestes a zarpar para o continente asiático.

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