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Governo cede 30 mil hectares de terra a agricultores portugueses em Lalaua e Ribaué

O Governo acaba de concessionar cerca de 30 mil hectares de terra a uma sociedade de agricultores portugueses para a produção de soja e milho amarelo, para o fabrico de ração de animais nos distritos de Lalaua e Ribáuè, no interior da província de Nampula.

O facto foi confirmado ao @Verdade por Daniel Pedrosa Lopes, administrador da INDIVEST (com sede em Lisboa) que destacou os enormes desafios daquele grupo empresarial com vista a contribuir na redução da dependência externa no que tange à aquisição de rações para a produção aviária em Moçambique. “O caminho faz-se caminhando. Nós vamos trabalhar, por forma a ajudar o país a reduzir as importações de ração para os animais”, garantiu a nossa fonte.

Segundo Pedroso Daniel, estima-se que cerca de 70 porcento da ração fornecida aos produtores nacionais de frangos provêm do mercado externo e apenas 30 porcento é que se produz localmente, o que faz com que a procura daquele produto seja ainda maior, sobretudo, nas províncias nortenhas de Nampula, Niassa e Cabo Delgado.

De acordo ainda com o nosso entrevistado, aposta é envolver maior número possível de produtores neste processo, sem relegar para o último plano outras actividades de rendimento familiar. “O projecto de produção de milho e soja para o fabrico de rações, contempla as acções de responsabilidade social centradas na melhoria de vida, não só para cerca de 250 trabalhadores a serem contratados oportunamente, mas também para toda as populações de Ribaué e Lalaua”, frisou a fonte.

A construção de uma nova escola em cada um dos distritos acima referenciados, o treinamento dos camponeses em tecnologias agrárias e o fornecimento de sementes melhoradas daquelas culturas alimentares e de rendimento às comunidades locais, constam ainda do projecto dos portugueses.

Dados em nosso poder indicam ainda que, para além dos 30 mil hectares, já concessionados, o governo poderá ainda aumentar área para cerca de 200 mil hectares, caso o projecto se mostre sustentável para os investidores e para a população, em geral. Entretanto, os dois distritos estão sob uma iminente revolta dos camponeses que se queixam da falta de transparência, por parte das autoridades governamentais, na atribuição de cerca de 30 mil hectares de terra a um grupo de agricultores de portugueses para a produção de milho amarelo e soja.

O projecto seria “bem-vindo”, dizem alguns produtos, se o processo de consulta comunitária tivesse obedecido as normas estabelecidas nas Legislação sobre Terras e Florestas, vigentes da República de Moçambique. Em relação ao assunto, o @Verdade tentou ouvir o pronunciamento do chefe dos Serviços Provinciais da Agricultura, Joaquim Tomás, mas este recusou-se a prestar qualquer depoimento, alegadamente porque o assunto cabe aos Serviços Distritais das Actividades Económicas. Estes também mostraram-se indisponíveis em falar sobre a matéria.

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