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Governo busca soluções para remover barreiras do comércio agrícola

A Direcção Nacional da Indústria e Comércio organizou, esta segunda-feira (17), em Maputo, um seminário de apresentação e discussão da proposta da Estratégia Integrada da Comercialização Agrícola 2013-2020. Pretende encontrar soluções para a falta de dinheiro para reabilitar as estradas de modo a facilitar o escoamento de produtos, a existência de poucos serviços de apoio à comercialização, dentre outros problemas que enfermam esta actividade.

O vice-ministro da Indústria e Comércio, Kennethy Marizane, disse que os planos de comercialização 2000-2004 e 2006-2009 permitiram que a produção agrícola comercializada passasse de 505.536 toneladas de produtos diversos, em 2000, para 1.113.573 toneladas, em 2009. Não obstante estes níveis de crescimento, ainda persistem obstáculos, tais como a exiguidade de infra-estruturas de mercado, fraca coordenação intersectorial e financiamento adequado para a prática da actividade.

Segundo o governante, mais do que criar uma estratégia há necessidade de ela ser capaz de superar os constrangimentos que ainda persistem no sector em alusão, melhorar e desenvolver a comercialização em toda cadeia de valores. Realçou que no acto da formulação de estratégias é importante a consulta e envolvimento de instituições do Estado e outros actores chaves da economia agrícola para que haja facilidades na sua implementação.

A proposta da Estratégia Integrada da Comercialização Agrícola 2013-2020 aponta como principais obstáculos para a actividade a falta de mecanismos articulados entre as entidades e de concertação sobre as diferentes etapas da comercialização no âmbito da cadeia de valor. Aponta ainda os elevados custos de transporte, financiamento bancário que impõem à comercialização agrícola elevadas taxas de juros. E mais, os fundos locais são escassos, há falta de garantia de crédito agrícola, dentre outros.

De acordo com a mesma estratégia, algum trabalho foi desencadeado pelo Governo para atenuar estas dificuldades, nomeadamente a disponibilização aos produtores de sementes melhoradas para a produção de cereais e leguminosas. Prevê-se construção e reabilitação de silos e armazéns com capacidade 189.000 toneladas até 2014, instalação de câmaras frigoríficas nas zonas de produção e de consumo, construção de três fábricas de media dimensão para o agro-processamento, licenciamento de operadores de comercialização agrícola.

O documento fundamenta que há necessidade de a comercialização agrícola assegurar a absorção dos excedentes dos produtores, escoamento, armazenagem e colocação nos diferentes segmentos do mercado. Deve haver um quadro orientador para o aumento da qualidade e quantidade de produtos.

A estratégia aponta como grandes ameaças para a actividade, a dispersão da produção do sector familiar, fraca organização dos produtores e das associações, fraca oferta e sazonalidade da produção, fraca capacidade de gestão da produção e comercialização e fraca cultura de padrões de qualidade, quantidade e contratos.

Contudo, a estratégia recomenda que para o aumento da produção e produtividade é preciso melhorar as técnicas usadas, apostar na investigação agro-ecológica, melhoria do acesso aos insumos, melhorar a rede comercial, implantar mecanismos da bolsa de mercadorias, promoção da agregação do valor e mobilização de recursos financeiros para programas de apoio à comercialização agrícola.

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