Após vergar-se aos cristãos, concedendo tolerância de ponto em toda sexta-feira Santa, o Governo autorizou um horário especial para “os trabalhadores e funcionários públicos, bem como os empregadores do ramo comercial, que professam a religião muçulmana” durante o mês islâmico do Ramadão, que inicia nesta segunda-feira (06), e estende-se até ao dia 6 de Julho, embora Moçambique continue a ser um Estado laico.
“(…) Os estabelecimentos comerciais passarão, a partir da próxima segunda-feira, a abrir às 8:30h e o fecho às 12:30h, para o turno da manhã, enquanto à tarde será das 13:30h às 16:30 horas”, indica um comunicado do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social que refere que esta decisão surgiu “em resposta ao pedido formulado pelas congregações muçulmanas do país (…) de forma a salvaguardar os direitos e deveres dos trabalhadores que professam esta religião, incluindo os empregadores, sem contrariar a legislação laboral em vigor”.
Durante o Ramadão os muçulmanos, que acreditam que foi durante o nono mês do seu calendário que as escritas do Corão foram reveladas a Maomé, praticam um ritual de jejum abstendo-se de comer, beber, fumar ou ter relações sexuais desde que o sol nasce até que o sol se põe, durante todos os dias.
De acordo com o censo de 2007, 24 por cento dos moçambicanos eram católicos, 22 por cento eram protestantes e 20 por cento eram muçulmanos.