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Cadáveres encontrados em Manica foram enterrados como indigentes

Os corpos encontrados no distrito de Macossa, na província de Manica, e sepultados sem realização de autópsia, nem apuramento das identidades das vítimas e tão-pouco as causas da morte, não mereceram, afinal, nenhum enterro digno, ao contrário do que as autoridades governamentais tentaram fazer crer, mas, foram enterrados como cães, no mesmo local onde foram achados, o que consubstancia uma grave violação dos direitos humanos, segundo constatou a Comissão dos Assuntos Constitucionais e de Legalidade (CACLDH) na Assembleia da República (AR).

No sábado (04), o director da Polícia de Investigação Criminal (PIC) em Manica, Adrissa Napovo, disse à CACLDH que a sepultura dos 11 corpos (número avançado pelo Governo a desmentir os 15 avançados pela imprensa) encontrados em Macossa foram enterrados de acordo com as normas que respeitam a “dignidade humana. O funeral foi em pontos diferentes” mas dentro do distrito. Porém, o dirigente faltou à verdade.

Quando a CACLDH se deslocou à região de Tropa, em Macossa, para apurar a existência ou não de uma alegada vala comum na qual tinham sido jogados 120 corpos, a verdade veio à tona: os cadáveres permanecia debaixo da ponte onde foram inicialmente descobertos, mas com a diferença de ter sido deitado um pouco de terra sobre eles.

A equipa parlamentar que se encontra a trabalhar naquela parcela do país ficou estupefacta com a situação, depois de ouvir as autoridades, sobretudo locais, a propalarem que realizaram um bom trabalho com vista a garantirem um descanso eterno digno as vítimas em questão.

“Lamentámos o facto de termos encontrado aquela situação, de 11 corpos, debaixo da ponte… São restos mortais, são ossadas, o que configura una violação dos direitos humanos”, disse Edson Macuácua, presidente da CACLDH, recomendando que os cadáveres fossem recolhidos e sepultados num lugar apropriado.

Face a este problema, um dos líderes comunitários que acompanhou os deputados até ao sítio onde os cadáveres foram achados, acusou supostos indivíduos de má-fé de terem desenterrados os corpos, à noite.

Armando Canheze, comandante provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, disse, por sua vez, à CACLDH, que das populações de Tropa ninguém sabe explicar a proveniência dos 11 corpos. Contudo, foi aberto um processo-crime contra pessoas desconhecidas para responsabilização.

Refira-se que, na semana finda, mais cinco corpos foram achados ao abandono em Macossa, por um grupo de jornalistas da France Presse (AFP) e Deutsche Welle (DW), aumentando para vinte o número de cadáveres ali descobertos”, e sobre os quais tem havido bastante ruído.

Sobre o novo número de cadáveres, a Lusa informou que a AFP veiculou: “a partir da berma da estrada” um cheiro forte infestava as proximidades.

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