O Ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, disse esta esta quarta-feira na Assembleia da República que a decisão de reintroduzir a circulação de carrinhas de caixa aberta para o transporte público partiu do Governo. “A partir de Outubro de 2010, começámos a assistir a uma crise de baixa oferta do transporte público urbano, que permitiu à reentrada das carrinhas de caixa aberta do transporte público”.
Zucula justificou a medida regressiva que lembra a década 80/90: “os transportadores privados e públicos vêem-se na contigência de aumentar os preços de manutenção das suas viaturas, bem como os preços de peças sobressalentes, que não são acompanhados pelo aumento da tarifa de transportes. Para não perderem dinheiro, retiraram-se de algumas rotas menos lucrativas, diminuindo assim a oferta em pouco mais de 30%”.
Como solução para resolver a crise dos transportes, Zucula disse que “o Governo, através do Fundo dos Transportes e Comunicações, e a Fematro iniciaram um programa de renovação da frota do sector privado, que já introduziu, nas cidades de Maputo e Matola mais de 50 autocarros, elevando a oferta para 189. Com estes investimentos houve um aumento de capacidade de transporte de mais de 128 mil passageiros por dia… há uma tendência clara de aumento de 5% por ano, do número de passageiros transportados pelos serviços públicos, e uma diminuição de cerca de 15% dos passageiros transportados pelos operadores privados”.
Assim, Paulo Zucula justifica o défice de transporte público, alegando que “é esta diferença de 10% que cria o vazio, dando sensação de retrocesso, quando é um processo de ajustamento dos papéis e responsabilidades dos sectores público e privado. É por isso que o Governo já encomendou e financiou a chegada, neste semestre, de mais 222 autocarros para reforçar a frota existente e preencher as possíveis lacunas a serem criadas pelos operadores privados”.