Francisco Itai Meque, parece estar constrangido com aquilo que viu em Mopeia aquando da sua visita de trabalho. Relatório sem metas exactas, um governo desarticulado onde cada um faz o que quer e quando quer, enfim, tudo isso ficou na cabeça daquele governante que olha este cenário como sendo o principio de dias piores, antes da vinda do presidente da república.
Foi dai que à margem da Primeira Sessão Ordinária do Governo da Zambézia, que decorreu esta segunda-feira na cidade de Quelimane, alargada aos administradores distritais, Secretários Permanentes Distritais (SPDs) e Presidentes dos Conselhos Municipais, tomaram posse catorze membros do governo provincial, sendo dois directores provinciais, nomeadamente da Educação e Cultura José Pereira e da Justiça, Délio Marques.
Outros quadros que tomaram posse esta segunda-feira são os administradores do Ile, Chinde e Morrumbala, para além dos Secretários Permanentes de Pebane, Lugela, Chinde, Inhassunge, Milange, Gurué, Alto Molocué e Nicoadala, respectivamente.
Todos juraram servir ao estado e dedicarem todas suas energias ao trabalho do povo. Aliás é sempre assim. Quer dizer, vem escrito nos autos de posse.
Mas no terreno as coisas não tem sido assim, como temos acompanhado um pouco pelos distritos, onde os administradores (alguns) fazem vida cara aos seus SPDs e vice-versa.
Em alguns casos os governantes de alto nível e podemos falar sem receios do próprio governador tem sido o homem que passa a vida a dirimir conflitos entre administradores e Secretários Permanentes, embora cada um tenha tarefas bem definidas.
Mas o grande destaque no discurso improvisado do Governador da Zambézia, Francisco Itai Meque, foi certamente o director provincial da Educação e Cultura da Zambézia, José Pereira, que da boca de governador, perante todos membros do governo, recebeu aulas de gestão dos recursos humanos, liderança e quiçá também do processo de tomada de decisão.
Na óptica de Itai Meque, o tomar posse como director da educação, não quer dizer que Pereira sabe tudo e é omnipotente, muito menos o dono de tudo.
Mas sim, conforme deixou claro, o director provincial de Educação e Cultura (em particular), deve imprimir mudanças quantitativas e qualitativas no sector, para que a província e o país, saiam a ganhar.
E não só, incumbe-se ao DPEC, de acordo com as palavras do chefe do executivo provincial, a missão de ser um homem que colabora com os colegas, sobretudo com a massa laboral, neste caso os professores, que são o grosso dos funcionários do estado na província da Zambézia.
Por outro lado, aquele governante apelou ao DPEC para ser um homem que saiba ouvir, saber dialogar para encontrar soluções que o sector precisa, mas também, quando necessário deve tomar medidas aos infractores, mas não saindo de fora dos instrumentos legais que o país tem e sobretudo aqueles que guiam o sector que dirige.
E para os outros
Não faltaram recados, porque num acto como aquele, há sempre um puxão de orelhas para aqueles que nunca entenderam quais são as suas funções. Alguns destes empossados na manha desta segunda-feira, já exercem as suas actividades.
Outros são novos, mas o apelo foi geral e pior para os que tem se evidenciado nesta “guerra” de poder nos distritos. Foi ai onde Itai Meque, centrou o seu discurso curto mas com mensagem clara para os empossados.
“Quero apelar aos senhores SPDs que façam cumprir o juramento que fizeram, porque não queremos ouvir num horizonte temporal muito curto de que fulano(a), já não está a fazer aquilo que lhe cabe”- estivemos a citar as palavras do Governador da Zambézia, que logo de seguida alertou que “há muitos moçambicanos inteligentes, que podemos chamar para ocuparem estes cargos onde vocês estão”- fim de citação.
Só com estas palavras do governador, pode-se buscar os relatos que vem dos diversos distritos desta província, em volta da guerra entre Administradores Distritais e Secretários Permanentes Distritais. Por exemplo, antes de um ano que José Saize foi nomeado administrador do Chinde, já houve mudança do respectivo SPD.
Em Mopeia, o actual SPD vem da Maganja da Costa, porque o anterior, era tido como “um falso” profeta ao administrador. Mas mesmo assim, este novo também é visto como pedra no sapato do administrador. Sobre este distrito, iremos abordar nas próximas edições.