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Gestão dos resíduos solidos : um desafio do grande Maputo

A gestão dos resíduos sólidos (RS) na província de Maputo, sul do país, é um dos desafios mais complexos das autarquias e administrações locais, disse hoje o director provincial para a coordenação da acção ambiental, Lote Maueia.

Segundo Maueia, os resíduos domésticos constituem um dos agentes da degradação ambiental, um factor de ameaça à saúde pública nas pequenas e grandes cidades.

“As cidades pequenas, ainda que produzam em menor quantidade, também sofrem com a degradação ambiental e sociais relacionadas aos resíduos sólidos”, sublinhou Maueia, falando durante um seminário para a capacitação dos jornalistas sobre Higiene e Limpeza. Maueia defende que a gestão adequada dos RS deve ser de forma integrada, desde a sua origem até a deposição final, com abordagens que incluem a redução da quantidade gerada, a reciclagem e o reaproveitamento de materiais.

Contudo, a recolha de RS no grande Maputo “não obedece a sistemas específicos”, situação ditada, na maioria das vezes, pela exiguidade de meios, não obstante a existência de mecanismos locais de gestão, para salvaguardar a saúde humana. Umas das medidas adoptadas na província de Maputo, á semelhança de outras cidades e vilas do país, inclui a deposição no subsolo dos RS nos quintais ou locais de residências, queima ao ar livre e ou mesmo a sua deposição numa lixeira local.

Aliás, a deposição de lixo no subsolo dos quintais acabou por se tornar numa prática comum na cidade da Matola, isso porque os meios circulantes que a edilidade possui para a recolha do lixo “pouco ou nunca” se fazem sentir em alguns bairros, sendo possível observar montes de lixo que proporcionam condições favoráveis para a eclosão de doenças tais como cólera, diarreias, entre outras.

A cobertura da recolha do lixo na Matola estima-se em 25 por cento, uma situação que provoca a acumulação da quantidade remanescente. Refira-se que Matola é a única região na província de Maputo que possui mais meios concebidos para a recolha do lixo (três camiões e cinco tractores), contudo, o factor saneamento ainda constitui o “calcanhar de Aquiles” para os cerca de 675.400 habitantes, numa área estimada em 373 quilómetros quadrados.

Para estancar esta e outras situações, Maueia disse que a Comunicação Social deveria, em parceria com o governo central, consciencializar as populações/comunidades sobre a importância da reciclagem do lixo na redução dos impactos negativos do lixo. A medida visa ainda reduzir, cada vez mais, a quantidade do lixo que chega as lixeiras através da promoção do princípio dos “3R” (Reduzir, Reciclar e Reutilizar) e do uso dos resíduos orgânicos como fertilizantes.

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