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Gás para veículos: Moçambique aposta numa expansão realista

Moçambique vai avançar com a expansão do gás natural para veículos nos próximos tempos, mas tal será feita com realismo. Está é a estratégia que o sector da energia vai adoptar para massificar a utilização do gás natural em veículos, como alternativa aos combustíveis fósseis.

Segundo o Ministro da Energia, Salvador Namburete, neste momento, o país está em condições de desenvolver a utilização de gás natural apenas na zona sul, com maiores probabilidades em Maputo e Matola, bem como na cidade de Xai-Xai, em Gaza.

Quanto a Inhambane, o ministro explicou que ainda há duvidas devido a distância, visto que quanto maior for a distância, os custos aumentam e tornam o projecto menos rentável.

“A estratégia para o gás natural é expandir o máximo possível e expandir com realismo. Neste momento, só se pode desenvolver o projecto em Maputo e Matola. Parece que há condições para chegar a Xai-Xai, transportando por camiões através de cilindro de alta compressão. Para Inhambane não há muita certeza porque quanto maior for a distância maior o custo”, detalhou.

Namburete explicou que para as zonas onde os custos de transporte do gás sejam superiores aos da gasolina não será viável colocar o gás lá. Contudo, admitiu que tudo será feito no sentido de expandir o fornecimento de gás ao maior número de cidades e vilas do país.

Nos últimos anos, o Governo moçambicano tem vindo a incentivar os moçambicanos a utilizarem o gás natural nas suas viaturas como alternativa aos combustíveis fosseis que são mais caros.

Nesse contexto, o Governo tem estado a criar condições para a facilitação da conversão de viaturas para o uso do gás natural, bem como para o seu abastecimento. Por outro lado, o Governo incentiva a importação de viaturas movidas a gás e já começou a dar o exemplo, através da aquisição de autocarros.

Há pouco tempo, o país recebeu 150 autocarros dos transportes públicos movidos a gás. Actualmente, existem apenas dois centros de abastecimento: na cidade de Maputo e Matola, e o Governo quer abrir mais postos.

Segundo Namburete, estão em construções novas bombas e os kits de materiais para montagem destes estabelecimentos já foram encomendados, devendo chegar ao país a qualquer momento. Namburete não revelou o número de bombas a serem construídas, nem sequer o investimento que será feito.

“O projecto de expansão do uso de gás natural em veículos já está a avançar no país, com mais celeridade do que no passado. Com a chegada de mais autocarros movidos a gás, há aquisição de kits para montagem de novas bombas em construção pela Auto gás (empresa responsável pelo projecto) em parceria com a PETROMOC (empresa moçambicana de distribuição de combustíveis)” referiu.

A par destas acções, persiste um aspecto que poderá pôr em causa a iniciativa do Governo: os custos de conversão, que são apontados por muitos automobilistas como sendo proibitivos.

O Governo diz que está a estudar o assunto e informações não oficiais (ainda não tornadas públicas), indicam que será criado um fundo para apoiar os interessados em converter as suas viaturas.

A Auto gás iniciou a conversão de viaturas a diesel e gasolina para gás natural em 2008, como forma de tentar mitigar a volatilidade do preço dos combustíveis no mercado mundial e reduzir o fardo das importações.

O uso do gás natural é uma das medidas apontadas pelo Governo como sendo alternativa aos elevados custos de combustíveis. Dados oficiais indicam que com uso do gás natural nas viaturas é possível reduzir em um terço os custos com os combustíveis líquidos. Enquanto um litro de gasolina custa 47.52 meticais, o de gasóleo 36.81, o de gás natural ronda os 18 meticais.

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