O Ministro da Saúde, Paulo Ivo Garrido, disse não estar preocupado com o abandono sistemático de médicos moçambicanos, do Aparelho do Estado, por alegada falta de incentivos salariais, argumentando que o país nunca vai parar por falta de três ou quatro individuos.
O abandono de médicos nacionais na função pública, supostamente para procura de melhores condições de trabalho, está a ser referenciado, com enorme preocupação, ao nível da província de Nampula. Esta situação vem associar-se ao alegado banimento de alguns incentivos que eram concedidos ao pessoal afecto em áreas consideradas “chave”.
Dados em nosso poder indicam que, de há três anos a esta parte, pelo menos 26 médicos que trabalhavam em diferentes unidades sanitárias, incluindo a Direcção Provincial de Saúde, cortaram a sua relação laboral com o Estado. Em resposta à uma pergunta do Wamphula fax, Garrido reconheceu, contudo, que a “fuga” de médicos nacionais para as organizações não governamentais concorre para o défice de quadros na Saúde, mas sustenta tratar-se de um acto normal.
O Ministro da Saúde falava à margem da cerimónia de empossamento dos directores geral e clínico do Hospital Central de Nampula (HCN), a terceira maior unidade sanitária do país. Na ocasião, o governante garantiu fundos para a construção de um novo anfiteatro do HCN, que vai substituir o actual que, na sua óptica, não reúne condições para acolher grandes realizações, devido à sua exiguidade.
Garrido não mencionou os valores que serão envolvidos na empreitada, mas disse que foi já identificado o local para o efeito.