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Futsal: Os lutadores da pátria

Futsal: Os lutadores da pátria

A selecção nacional de futsal venceu no passado domingo a sua congénere da Zâmbia em jogo da segunda mão das eliminatórias de acesso ao Mundial da modalidade a realizar-se na Tailândia a partir de 1 de Novembro.

No tempo regular, o combinado nacional venceu por 3 a 1 igualando a eliminatória iniciada em Maputo, obrigando a que a contenda fosse resolvida por via da marcação das grandes penalidades, sendo que a sorte pendeu para o lado do combinado nacional que marcou cinco bolas contra três dos zambianos.

A vitória é dos moçambicanos”

Roberval Ramos, seleccionador nacional de futsal, falando à nossa redacção disse que “a vitória conseguida na Zâmbia é fruto do trabalho que temos vindo a realizar aliado à necessidade de deixar o nosso melhor em campo para orgulhar o país”.

“Foi uma vitória suada sendo que estivemos confiantes desde o princípio. Desde o primeiro minuto após o jogo da primeira mão no pavilhão da Académica. Nós acreditámos e dissemos a nós mesmos que vamos vencer e vencemos. Connosco estiveram os moçambicanos que também acreditaram, por isso esta vitória é a eles dedicada” disse.

Questionado sobre qual foi o segredo para esta impecável vitória, o seleccionador nacional revelou-nos que o mais importante foi o trabalho psicológico realizado com os jogadores através de mensagens de motivação e de confiança.

Confessou também que logo depois da derrota por 3 a 1 no pavilhão da Académica não consegui dormir. Os jogadores também e juntos perdiam noites vendo o DVD do jogo e a tentar entender o que tinha acontecido de errado. Foi a partir daí que começaram a privilegiar a marcação individual e colectiva de modo a evitar surpresas visto que o adversário foi, no cômputo geral, surpreendente.

Vamos a Marrocos motivados”

No próximo dia 10 de Junho, a partir das 18 horas, no pavilhão da Académica, o combinado nacional defronta o Marrocos em jogo da primeira mão da última fase da eliminatória para o Mundial.   Ciente da pressão e responsabilidade nesta fase, Roberval afirmou à nossa reportagem que o Marrocos ainda é uma equipa estranha mas que ele e a equipa técnica estão a trabalhar no sentido de conhecê-la.

“Estamos neste momento a manter contactos com alguns treinadores e especialistas de futsal daquela zona de África bem como com aqueles que conhecemos e que já defrontaram aquela selecção. Andamos, igualmente, à procura de vídeos de jogos e de treinos”.

Todavia, não é por esta filosofia (conhecer o adversário) que a selecção se rege. Moçambique, segundo Roberval, sempre teve o seu padrão definido e que com a derrota diante da Zâmbia estudou uma nova forma de ser e estar que poderá ser a mesma contra o Marrocos enquanto desconhecido. E porque não podia revelar todo o segredo, Roberval limitou-se a dizer que “vamos dar mais ênfase à circulação de bola, à marcação individual e colectiva. A nossa filosofia vai manter-se em marcação quadrante em que somos das poucas equipas do mundo com este sistema de jogo, o que faz de nós especiais”.

O tiro saiu pela culatra”

Roberval não deixou de demonstrar a sua tristeza pelo sucedido após a derrota de Maputo. Lamentou que “a inveja, o ódio e a falta de patriotismo tenha chegado àquele extremo. Mas até que foi bom, deram-me forças para continuar a lutar por este país”. De rosto magoado revelou que os jogadores foram os que mais sofreram com os assobios e alguns deles, porque nunca esperavam na vida passar por insultos no seu próprio país, pensaram em desistir.

“Há quem quer ver o país em baixo. Não sei se é pelo facto de o Roberval não ser de cá ou porque alguém se entrega demasiadamente ao trabalho. O facto é que esta selecção não é do Sidat, do Ramos e muito menos de quem quer que seja, é do país, é de Moçambique” sentenciou.

“A falta de competição é prejudicial”

“Física, técnica e tacticamente, os nossos jogadores estão aptos para qualquer desafio. Mas psicologicamente não. Não se pode entrar para uma luta sem nunca se ter lutado ou não se estar habituado a lutar. É preciso saber antes se se pode lutar”, reconhece Roberval aludindo ao facto de no país não haver competição interna.

Comparando com a Zâmbia, o técnico disse que naquele país existem 40 equipas de futsal divididas em duas divisões, o que a torna extremamente forte. Lembrou também que nesse aspecto a Zâmbia evoluiu bastante ao contrário de Moçambique que só agora está a revitalizar a modalidade.

Os treinos de preparação têm início marcado para a próxima segunda-feira no pavilhão da Liga Muçulmana.

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